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Tomás Pereira e o Imperador Kangxi
A história do jesuíta português que no século XV se tornou num influente conselheiro do imperador chinês.
No século XV, Tomás Pereira estabeleceu uma inédita relação de proximidade e de diálogo intercultural entre o Ocidente e o Oriente como conselheiro do Imperador chinês Kangxi, com o qual privou durante 35 anos. Contudo, a notável história deste jesuíta seiscentista dotado de uma invulgar inteligência foi esquecida por Portugal. Seis séculos depois, a historiadora Tereza Sena desfaz essa injustiça com a publicação de Tomás Pereira e o Imperador Kangxi – Um Diálogo entre a China e o Ocidente, uma empolgante narrativa histórica que nos revela como viveu esse homem absolutamente singular. Tomás Pereira e o Imperador Kangxi – Um Diálogo entre a China e o Ocidente chega à rede livreira nacional, numa edição Guerra e Paz.
Sabemos pouco sobre a vida de Tomás Pereira – como acontece com Luís de Camões e muitas outras personagens eminentes de diversas épocas. No entanto, tal como com Luís de Camões, foram os seus grandes feitos que o fizeram entrar nas páginas da História. Feitos que agora são revelados ao grande público no livro Tomás Pereira e o Imperador Kangxi – Um Diálogo entre a China e o Ocidente, graças a uma exaustiva investigação de Tereza Sena, historiadora, membro do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) em Lisboa e investigadora convidada da Universidade Politécnica de Macau.
E que feitos foram esses? Matemático, cientista, músico e um hábil artesão que construía relógios e brinquedos, este jesuíta seiscentista fascinou o Imperador chinês Kangxi, que o quis conhecer: «Quisera?o na sua corte e, magnificente e todo?poderoso, enviara dois emissários a Macau, escoltados por quinhentos soldados, para que, com a maior rapidez, levassem à sua presença o hábil Tomás, um padre muito curioso de instrumentos de Matemática e Aritmética.» O ainda jovem sacerdote português teria assim a rara oportunidade de entrar na Cidade Proibida, onde acabaria por viver a maior parte da sua vida.
Foram 35 os anos que Tomás Pereira dedicou a Kangxi, que o tornou seu leal conselheiro, não só para decisões pessoais como também políticas. A influência do português foi de tal ordem que chegou mesmo a representar o Imperador numa intrincada negociação fronteiriça com a Rússia, que o afastou a Cidade Proibida entre 1688 e 1689, mas que resultou numa decisão histórica para ambos os impérios. «Pela primeira vez na História da China, e também da Rússia, se aceitaram as delimitações fronteiriças e os princípios da equidade entre dois Estados soberanos que, até então, e cada um deles, se percecionavam no centro do universo, em torno do qual gravitavam outros Estados a eles sujeitos, vassalos ou tributários.»
Factos singulares, de um português singular – que devemos exibir com orgulho –, brilhantemente descritos por Tereza Sena, num livro que se lê como um romance.
Tomás Pereira e o Imperador Kangxi – Um Diálogo entre a China e o OcidenteTereza Sena
Não-Ficção / Narrativa Histórica
288 páginas · 15x23 · 17,00€
Guerra e Paz, Editores