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Teatro da Trindade dá vida à história de Anne Frank
Estreia esta quinta-feira uma peça repleta de esperança no Teatro da Trindade. A vida da jovem Anne Frank vai ser representada em palco.
A vida da jovem Anne Frank, cujo diário continua a ser um dos livros mais vendidos do mundo, estará em cena a partir de quinta-feira, no Teatro da Trindade, em Lisboa.
Encenada por Marco Medeiros, a peça "O Diário de Anne Frank", de Frances Goodrich e Albert Hackett, tem Beatriz Frazão no papel da alemã de origem judaica que viveu escondida dos nazis durante dois anos, relatando o seu desafiante quotidiano.
Anne Frank tornou-se uma figura reconhecida depois da divulgação do seu diário, pelo pai, único sobrevivente da família perseguida pelos nazis, que, entre 1941 e 1945, mataram mais de seis milhões de judeus.
O seu maior objetivo, na reconstrução desta história em palco, foi "o sentido de alerta, e, por isso, o que regrou, foi uma enorme responsabilidade pelo tema".
No diário, a jovem descreve o período em que sobreviveu à perseguição nazi - que aniquilou judeus, ciganos, deficientes, homossexuais e opositores políticos - deixando um testemunho de resiliência e esperança que continua a inspirar gerações até à atualidade.
Na construção da peça, o encenador tentou "passar a maior crueza, sem artifícios", e quando os usa, "são propositados, para contrastar, porque muitas vezes apoia-se a esperança em romancear, em pôr rodriguinhos, artifícios", em algo que deve servir de alerta "com a maior crueza".
Escrito entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944, o "Diário de Anne Frank" foi publicado pela primeira vez em 1947, revelando ao mundo o quotidiano de dois longos anos de uma adolescente forçada a esconder-se, durante a ocupação nazi em Amesterdão.
"A esperança é o que alimenta os nossos jovens e crianças para combater a ignorância humana, que mantivemos", reiterou o encenador, que junta em palco Anabela Moreira, Carla Chambel, Catarina Couto Sousa, Diogo Mesquita, João Bettencourt, João Reis, Paulo Pinto, Rita Tristão da Silva e Romeu Vala.
Do medo dessa altura, Marco Medeiros faz a ponte com o medo atual da guerra que decorre na Ucrânia, invadida pela Rússia: "É preciso coragem para enfrentar estes tempos", sustenta.
"Ainda há temas como o das raças que incentivam batalhas, em pleno século XXI. Será que não evoluímos?", questiona o encenador.
"O Diário de Anne Frank" estreia-se na quinta-feira, às 21h00, resultado de uma produção do Teatro da Trindade INATEL e estará em cena até 13 de novembro, de quarta-feira a sábado às 21h00 e aos domingos às 16h30.
Na quarta-feira decorrerá um ensaio solidário, cuja receita reverterá na integra para a associação Padrinhos do Mundo.
Lusa / Renascença | 6 de setembro de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença