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Estamos todos em decomposição

"Melancholia" é o novo romance policial de Francisco José Viegas. Para o protagonista Jaime Ramos a regra mantém-se: lidar com a morte é descobrir um sinal dos vivos 
 


«O senhor é uma lenda, inspetor.»
«Não somos nada, senhor diretor.»
«É uma maneira de dizer.»
Não somos nada, vais ver.

Em Melancholia – o novo livro de Francisco José Viegas e título de uma célebre gravura do século XVI do mestre alemão renascentista Albrecht Dürer –, encontramos um Jaime Ramos afastado da grande ação e, por isso, macambúzio com o seu novo estatuto profissional. O lendário «zelador de homicidas» chegou àquele momento na vida em que tem «medo de escorregar a sair do banho, de se engasgar com uma garfada de tofu, de morrer sem assistir ao triunfo dos bons sobre os maus». Alma nobre ainda capaz de se «sentir espevitada pelo vício e pela espiral da curiosidade», vê-se envolvido num mistério no qual há um corpo, pois claro, exatamente como o autor afiançara na última edição do festival Correntes d’Escritas. A Póvoa de Varzim e os meandros do popular certame literário servem de décor a esta história, a 12.ª deste nosso anti-herói, feita de múltiplas teorias da vida e da morte.

O livro já se encontra em pré-venda e estará disponível nas livrarias a 8 de setembro.

No dia 10 de setembro, a partir das 15:00, o autor estará em sessão de autógrafos no Espaço Porto Editora | Bertrand Editora da 92.ª Feira do Livro de Lisboa.


SOBRE O LIVRO
Melancholia
Ao longo de um ano, entre um encontro literário na Póvoa de Varzim e o início da pandemia, ninguém soube do paradeiro de Cristina Pinho Ferraz, escritora extravagante, premiada e temida. Até que, nos jardins românticos do Palácio de Cristal, no Porto, a coberto da copa das árvores, apareceu um corpo enterrado sob a terra, dividido em várias partes. Porém, a nova investigação do inspetor Jaime Ramos (que entretanto fora substituído na divisão de homicídios) não começa com a descoberta desse cadáver; pelo contrário, obriga-o a recuar no passado, a ouvir testemunhos sobre vaidade, vingança, literatura e ambição, e também histórias de família ou de amor e melancolia. Enquanto o confinamento se espalha sobre vivos e desaparecidos, Jaime Ramos reconstitui a biografia daquela mulher e a história de uma família e de uma genealogia do poder nas margens da tradição judaica portuense, confrontando-se mais uma vez com as suas obsessões: a ameaça da idade e da memória, a fragilidade dos velhos e a reconstituição do passado. Então, o que poderia ser apenas uma história de inveja e traição entre intelectuais desavindos e cómicos transforma-se num inquérito sobre a melancolia portuguesa.

Título: Melancholia
Autor: Francisco José Viegas
Páginas: 336
PVP: 17,70€
Ver primeiras páginas


SOBRE O AUTOR

Francisco José Viegas
Nasceu em 1962. Professor, jornalista e editor, é responsável pela revista Ler e foi também diretor da revista Grande Reportagem e da Casa Fernando Pessoa. De junho de 2011 a outubro de 2012 exerceu o cargo de Secretário de Estado da Cultura. Colaborou em vários jornais e revistas e foi autor de vários programas na rádio (TSF e Antena 1) e televisão (Livro Aberto, Escrita em Dia, Ler para Crer, Primeira Página, Avenida Brasil, Prazeres, Um Café no Majestic, A Torto e a Direito, Nada de Cultura). Da sua obra destacam-se livros de poesia (Metade da Vida, O Puro e o Impuro, Se Me Comovesse o Amor) e os romances Regresso por um Rio, Crime em Ponta Delgada, Morte no Estádio, As Duas Águas do Mar, Um Céu Demasiado Azul, Um Crime na Exposição, Um Crime Capital, Lourenço Marques, Longe de Manaus (Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 2005), O Mar em Casablanca, O Colecionador de Erva, A Poeira que Cai sobre a Terra e Outras Histórias de Jaime Ramos A Luz de Pequim (Prémio Fernando Namora 2020 e Prémio PEN 2020 Narrativa).

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