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Açores recebe grandes nomes da música nacional e internacional
O 17.º Festival Internacional dos Açores vai ter as atuações de Pavel Gomziacov, Isabel Vaz e Vasco Dantas, Adriano Jordão, João Santos, Young-Choon Park, Zoran Imsirovic e Gulsin Onay.
A 17ª edição do Festival Internacional dos Açores vai realizar-se de 30 de agosto a 4 de setembro e terá em palco nomes como Pavel Gomziacov, Isabel Vaz e Vasco Dantas, Adriano Jordão, João Santos, Young-Choon Park, Zoran Imsirovic e Gulsin Onay.
O festival junta a este cartaz, as riquezas históricas, gastronómicas e paisagísticas da região, numa altura em que se comemora o centenário do nascimento de José Saramago, sendo esta a principal novidade, uma vez que também o escritor apreciava o violoncelo, afinal na obra "As intermitências da Morte", deu protagonismo literário a este instrumento.
Tiago Nunes, Diretor Artístico do Festival Internacional dos Açores, afirma que "a sua obra [de Saramago] está imbuída de musicalidade, tanto metafórica como real. Este festival pretende, também, sensibilizar para essa circunstância".
O diretor artístico destaca desta edição o recital magistral da pianista Gulsin Onay, que interpreta Chopin "de forma única e aclamada".
Como maiores dificuldades, Tiago Nunes considera que devido às restrições dos últimos dois anos devido à pandemia algum público deixou de frequentar espetáculos. "A conjuntura económica impõe barreiras a que o ecossistema local possa ter estabilidade para contribuir de forma mais ativa para o âmbito cultural e artístico. Temos tido experiências muito positivas noutros eventos e percebemos o impacto que estas ações têm nas comunidades."
Para a edição de 2022 os organizadores recomendam que as pessoas usem os canais digitais para fazer as reservas de lugares, que façam distanciamento à entrada e que pratiquem as medidas sanitárias que considerem necessárias.
Relativamente ao número de visitantes, Tiago Nunes diz ao DN que é possível que haver público composto por portugueses e estrangeiros e a ideia da organização do festival é permitir que "vários tipos de público se encontrem e tenham chance de usufruir dos eventos". "A música clássica é uma linguagem universal e inclusiva", diz.
O programa da edição de 2022, em simultâneo com o património natural e edificado das ilhas de São Miguel e Terceira, conta também com atividades complementares tais como masterclasses e atividades de sensibilização e valorização da herança natural e cultural açoriana, alertando para a sustentabilidade ambiental.
A 17ª edição do Festival Internacional dos Açores, encerra com um espetáculo a favor da UNICEF Portugal, protagonizado pela pianista Gusin Onay, Embaixadora da Boa Vontade desta instituição na Turquia.
Para Luísa Motta, diretora de Marketing e Fundraising da UNICEF Portugal, "esta é uma iniciativa solidária que espelha o papel que a cultura pode ter".
O Festival Internacional dos Açores nasceu no Oceano Atlântico e após o grande terramoto de 1980, que quase destruiu a cidade de Angra do Heroísmo. Jorge Forjaz, o então diretor regional de Arte Cultural dos Açores, concentrou esforços no reconhecimento cultural e histórico da ilha e da cidade que mais tarde se tornou Património UNESCO da Humanidade.
Em 1984, em conjunto com Adriano Jordão, criou na ilha de S. Miguel, o Festival Internacional dos Açores, de maneira a alimentar a onda de dinamização cultural e património insular, levando ao Teatro S. Micaelense, a soprano Teresa Berganza, à qual se seguiram alguns dos maiores nomes da música: Alicia de Larrocha, Moura Lympany, Lleana Cotrubas, entre outros.
por Andreia Lopes, in Diário de Notícias | 22 de agosto de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias