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Restauro da Igreja de Torre de Moncorvo
Está concluída a intervenção de conservação e restauro das pinturas murais da capela-mor da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo.
Iniciada em novembro do ano passado, com a execução dos trabalhos preparatórios de análise e diagnóstico, a intervenção faz parte da operação “Igreja Matriz de Torre de Moncorvo”, com orçamento global de 204.900,00 Euros e cofinanciada pelo Programa Operacional Norte 2020.
A Operação contempla ainda a reabilitação do alpendre sul e das portas da igreja, assim como o mapeamento das deteriorações da pedra existentes nos portais de granito.
Nesta intervenção - realizada pela empresa Intonaco, Conservação e Restauro, Unipessoal, Ld.ª pelo valor de total de €60.186,80 (IVA incluído) - valorizou-se a vertente conservativa, melhorando-se, sempre que possível e necessário, a leitura do conjunto.
A Igreja Matriz de Torre de Moncorvo - cuja celebração solene da promulgação do título de Basílica Menor atribuído pelo Papa Francisco está marcada para o dia 18 julho - classificada como Monumento Nacional, é propriedade do Estado e encontra-se afeta, para efeitos de gestão e abertura ao público, à Direção Regional de Cultura do Norte.
O imóvel apresenta, na capela-mor, uma pintura integral, sobre granito na abóbada de berço, cornija, arco cruzeiro e enxalços dos vãos, e sobre reboco nas paredes. O tema representado do lado da Epístola, atualmente quase ilegível, ostenta, sobre cartela, a legenda “QUAE EST ISTA, QUAE PROCESSIT SICUT SOL, ET FORMOSA TAMQUAM JERUSALEM”. No lado do Evangelho o tema versa a Última Ceia e apresenta a legenda “Ó SACRUM CONVIVIUM, INQUO CHISTUS SUMITUR: RECOLITUR MEMORIA PASSIONIS/ F.JUS.A”. Cartelas idênticas surgem na parte superior da representação e sob as janelas, estas enquadrando a figura dos Evangelistas: S. João Evangelista, no lado do Evangelho, e S. Mateus, no lado da Epístola. As cenas representadas exibem um enquadramento arquitetónico e decoração de motivação rocaille, são da autoria de Francisco Bernardo Alves, de Bragança, e datam de 1779.
O teto, em abóbada, é constituído por 24 caixotões que ostentam iconografia alusiva à vida e Paixão de Cristo e à simbologia Mariana.
O conjunto pictórico evidenciava o resultado do mau estado de conservação do edifício, particularmente as pinturas sobre reboco dos alçados da capela-mor que apresentavam extensas áreas de lacunas, degradação que resultou sobretudo de infiltrações de águas pluviais.
Elevação a Basílica Menor
O Papa Francisco, através de um decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, assinado a 12 de janeiro de 2022, concedeu o título de Basílica menor à Igreja Matriz de Torre de Moncorvo, na Unidade Pastoral de S. José, Arciprestado de Moncorvo.
Esta atribuição reconhece a importância deste templo na ação pastoral, litúrgica e espiritual e o seu valor patrimonial e arquitetónico.
A celebração solene da promulgação do título está agendada para o próximo dia 18 julho, em memória do Arcebispo São Bartolomeu dos Mártires.
Em 2014, a igreja-santuário de Santo Cristo de Outeiro também foi elevada a Basílica Menor, sendo a única em Portugal situada em meio rural.