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Ele só precisava de um par de amanhãs
Baiôa sem data para morrer assinala a estreia literária do editor Rui Couceiro. Este novo romance no catálogo da Porto Editora tem na sua consciência a finitude do ser humano.
«Até esse momento, vivia as coisas sem tempo para refletir. Como se a velocidade me impedisse de realmente viver, ao tirar-me o tempo necessário para a contemplação daquilo que se experiencia.» Reflexão profunda sobre o ritmo desenfreado imposto pelas novas tecnologias, a dependência das redes sociais e a banalização do burnout, Baiôa sem data para morrer é uma viagem de descoberta íntima, física e psicológica. Neste primeiro romance de Rui Couceiro, um jovem adulto citadino decide mudar-se para nenhures na planície alentejana, narrando-nos quase em jeito de diário as experiências por lá vividas na companhia de uma mão-cheia de personagens castiças, tragicómicas, quase impossíveis, tão ao jeito de um realismo mágico sul-americano. Velhice e morte – e, em muitos casos, uma estranha forma de vida – num interior que murcha.
O livro já se encontra em pré-venda.
Sobre a obra, diz o próprio autor: «A ficção sempre me fascinou. Não tenho tanto interesse em escrever sobre o que aconteceu, estimula-me é escrever sobre o que não aconteceu, ou, melhor dizendo, sobre o que poderia ter acontecido. Truman Capote disse que o aspeto mais pessoal e mais revelador de um autor é a sua imaginação. E eu concordo. O que mais diz sobre mim é a minha imaginação e o que eu consigo ou não fazer com ela e com as ferramentas narrativas de que dispuser. Neste caso, eu quis deixar o leitor sem direção até a uma fase muito adiantada do romance. Quis tirar-lhe referências, mergulhá-lo em informações múltiplas, de vários universos. E, só mais tarde, aos poucos, ir encaminhando a história para onde ela deveria ir.»
SOBRE O LIVRO
Baiôa sem data para morrer
Quando um jovem professor decide aceitar a mão que o destino lhe estende, longe está de imaginar que, desse momento em diante, de mero espectador passará a narrador e personagem da sua própria vida. Na aldeia dos avós, no Alentejo mais profundo, Joaquim Baiôa, velho faz-tudo, decidiu recuperar as casas que os proprietários haviam votado ao abandono e assim reabilitar Gorda-e-Feia, antes que a morte a venha reclamar. Eis, pois, o pretexto ideal para uma pausa no ensino e o sossegar de um quotidiano apressado imposto pela modernidade. Mas, em Gorda-e-Feia, a morte insiste em sair à rua, e a pacatez por que o jovem professor ansiava torna-se um tempo à míngua, enquanto, juntamente com Baiôa, tenta lutar contra a desertificação de um mundo condenado. Num romance que tanto tem de poético como de irónico, repleto de personagens memoráveis e de exuberância imaginativa, e construído como uma teia que se adensa ao ritmo da leitura, Rui Couceiro põe frente a frente dois mundos antagónicos, o urbano e o rural, e duas gerações que se encontram a meio caminho, sobre o pó que ali se tinge de vermelho, o mais novo à espera, o mais velho sem data para morrer.
Título: Baiôa sem data para morrer
Autor: Rui Couceiro
Páginas: 448
PVP: 19,90€
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SOBRE O AUTOR
Rui Couceiro
Nasceu no Porto em 1984. É licenciado em Comunicação Social, mestre em Ciências da Comunicação e tem uma pós-graduação em Estudos Culturais. Orgulha-se de ter crescido de joelhos esfolados, em Espinho. Foi campeão nacional de voleibol em todos os escalões de formação e considera que o desporto foi a sua principal escola. Durante a adolescência, decidiu que queria ser jornalista e, aos quinze, começou um percurso de oito anos numa rádio local. Estagiou na SIC e foi correspondente da LUSA, até perceber, em 2006, que afinal não queria o jornalismo, mas sim apostar noutra paixão – os livros. Foi assessor de comunicação e coordenador cultural da Porto Editora durante dez anos, até que, em 2016, assumiu funções de editor na Bertrand, tendo desde então a seu cargo a chancela Contraponto. Nos últimos anos, reatou colaborações com a comunicação social: primeiro, partilhou com a escritora Filipa Martins a autoria e apresentação do programa «A Biblioteca de», na rádio Renascença; atualmente, escreve para o site da revista Visão. É, desde 2021, membro do Conselho Cultural da Fundação Eça de Queiroz. Abandonou uma tese de doutoramento em Estudos Culturais, para escrever este romance.