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Custódia desaparecida de D. Manuel I descoberta em Chantilly
Uma das custódias desaparecidas de D. Manuel I é agora exibida no Musée Condé, no Castelo de Chantilly. Testemunho essencial da arte do Renascimento do Portugal, cujo valor histórico e artístico é incalculável, a peça de ourivesaria usada em atos religiosos, tem quase mais 400 anos do que se supunha e esteve mais de um século esquecida numa sala do castelo de Chantilly.
Para aferir da sua verdadeira origem, a Direção do Museu pediu o auxílio de Philippe Mendes, galerista em Paris e especialista na arte portuguesa do século XVI ao século XIX que, após aturado estudo, concluiu tratar-se afinal de uma das cinco custódias encomendadas por D. Manuel I para a Sé de Braga, e que se julgava perdida.
Restaurada a expensas de Philippe Mendes, a peça passa a rivalizar com a muito conhecida, também do reinado de D. Manuel I, Custódia de Belém atribuída e Gil Vicente, recuperando assim o seu lugar na história e na história da arte portuguesa.
Importa referir que a custódia de prata dourada, de consideráveis dimensões (70 cm de altura), acusou a passagem dos séculos e, antes da espetacular restauração de que foi alvo - num processo liderado por Fabienne dell’Ava, especialista em conservação-restauro de obras em metal - da superfície enegrecida do objeto apenas se conseguia vislumbrar, com dificuldade, as armas de Portugal (esfera armilar).
Finalmente, após, seis meses de restauro, a custódia, ou ostensório, como também esta peça é conhecida, transfigurou-se, revelando ser um espetacular e raro objeto manuelino exposto em Chantilly, integrando os eventos de arte portuguesa a decorrer na capital francesa, no âmbito da Temporada Cruzada entre França e Portugal.