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Instalação de arte contemporânea alusiva aos Caminhos de Santiago inaugurada dia 11 de junho

Cristina Rodrigues apresenta “Mordomas” em Caminha num encontro entre o Corpo e o Espírito.


É inaugurada, no próximo dia 11 de junho, no Museu Municipal de Caminha, a instalação de arte contemporânea “Mordomas”, de Cristina Rodrigues, composta por 16 esculturas e um documentário sobre as danças rituais em territórios dos Caminhos de Santiago.

O Presidente da Câmara de Caminha, Luís Miguel Alves, o Programador da Acción Cultural Española (ACE), Pablo Álvarez e o Curador da exposição e conselheiro da ACE, Mateo Feijóo marcarão presença no evento.

A obra de arte da artista portuense recria e homenageia as bailarinas portuguesas - as Mordomas - e os bailarinos espanhóis - os Mayordomos -, emblemáticos de várias localidades dos dois lados da fronteira atravessadas por territórios ao longo do Caminho de Santiago. Já o documentário, onde participam elementos de todos os grupos etnográficos do território de Caminha, reúne as histórias de várias gerações de bailarinos, tendo sido gravado no Valadares Teatro Municipal e no Cine-Teatro dos Bombeiros de Vila Praia de Âncora e durante uma deslocação recente de Cristina Rodrigues ao sul de Espanha, nomeadamente à Andaluzia e Extremadura, regiões referência do Caminho de Santiago.

Apoiada e dinamizada pelo Município de Caminha, “Mordomas” tem curadoria de Mateo Feijóo, diretor artístico espanhol nascido no Gerês em 1968, e é composta por 16 esculturas de figuras humanas em ferro, com 2,10 metros de altura. Cada escultura é ‘vestida’ com uma saia têxtil com 1,20 metros de diâmetro. Depois de Caminha, a obra será apresentada, em data ainda a anunciar, em Espanha.

“Durante as quinze entrevistas que realizei a bailarinos e intérpretes dos diferentes grupos etnográficos do concelho de Caminha, tornou-se evidente a sua forte ligação à terra e à paisagem, e como este lugar é a fonte de inspiração que preconiza as suas manifestações artísticas – as danças e os cantares”, conta Cristina Rodrigues.

De acordo com a artista, alguns dos entrevistados fizeram, não um, mas vários, Caminhos de Santiago, desde o Caminho Português da Costa, que tem início no Porto, passa por Vila do Conde, Viana do Castelo e Caminha (Portugal) e segue por Redondela até Santiago de Compostela (Espanha) ao famoso Caminho Aragonês. Este tem início em Saint-Jean-Pied-de-Port (França) e segue por Pamplona, Logroño, Burgos e León até Santiago de Compostela (Espanha).

“Concluiu-se, durante as entrevistas, que quem faz o caminho uma vez fica com vontade de repetir a experiência porque o Caminho de Santiago é o verdadeiro encontro entre o Corpo e o Espírito”, sublinha.

A dança é liberdade

Entre a serra e o mar, Caminha é um território limitado a Norte pelo rio Minho, que integra o Caminho Português da Costa. Em Caminha os peregrinos avistam pela primeira vez Espanha, o que faz deste lugar, com uma paisagem inconfundível, um marco para os Caminhos de Santiago. “É precisamente nesta geografia que surgiram algumas das danças e cantares mais marcantes para a cultura popular portuguesa e, em particular, para a cultura minhota, como o vira minhoto e a rosinha. Um dos entrevistados, Octávio d’Olaia, conta-nos que durante o regime salazarista, quando as danças foram proibidas na Serra D’Arga, longe do olhar da PIDE os bailarinos continuaram a encontrar-se regularmente e a dançar. A dança foi naquele tempo de opressão, e continua a ser hoje, uma forma de liberdade”, enfatiza.

A obra de arte “Mordomas” integra as Comemorações Jacobeias, a decorrer até ao final de 2022, no âmbito do projeto “Una rota por los territórios de nuestro imaginario”, produzido pela Acción Cultural Española, em colaboração com o Instituto de Patrimonio de España, a Dirección General de Industrias Culturales y Cooperación e oito Comunidades Autónomas (Galiza, Aragão, Astúrias, Andaluzia, La Rioja, Castela León, Cantábria e Extremadura).

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