"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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A infinita bondade de seres excecionais

Livros do Brasil publica Lendas de Santos, de Eça de Queiroz. Estes textos ocuparam os últimos anos de vida do autor pioneiro do realismo português.


Obra esgotada, datando a última edição de 1992, Lendas de Santos, de Eça de Queiroz, centra-se nas histórias de três figuras: S. Cristóvão, Santo Onofre e S. Frei Gil. Naquilo que parece ser uma espécie de golpe irónico do destino, o autor que antes reivindicara «destruir as falsas interpretações e falsas realizações que lhe dá [ao mundo] uma sociedade podre» envida agora esforços para reconstruir estas biografias.

O livro já se encontra em pré-venda.

Na sua conhecida prosa fulgurante, Eça é capaz de pintar paisagens riquíssimas das gentes da Idade Média, os costumes no Egipto ou a vivência da calhandra de Vouzela para dar vida ao percurso iluminado de cada um dos seus santos. Mas desengane-se quem coloque em causa a profunda crítica que o autor de O Crime do Padre Amaro e A Relíquia vinha tecendo aos poderes instalados da Igreja: nestas Lendas de Santos, Eça de Queiroz não deixa de sublinhar o desvirtuamento dos valores cristãos, exemplificados em cada uma destas personagens. Nesta edição baseada em manuscritos e cópias de manuscritos, a fixação do texto e notas são de Helena Cidade Moura.

SOBRE O LIVRO
Título: Lendas de Santos
Autor: Eça de Queiroz
Fixação de textos e notas: Helena Cidade Moura
N.º de Páginas: 336
PVP: 11,00€
Coleção: Obras de Eça de Queiroz

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SOBRE O AUTOR
Eça de Queiroz

Nasceu a 25 de novembro de 1845, na Póvoa de Varzim, e é considerado um dos maiores romancistas de toda a literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária. Entrou para o Curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70. Terminado o curso, fundou o jornal O Distrito de Évora , em 1866, órgão no qual iniciou a sua experiência jornalística. Em 1871, proferiu a conferência «O Realismo como nova expressão da Arte», integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola. No mesmo ano iniciou, com Ramalho Ortigão, a publicação de As Farpas , crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa. Em 1872, iniciou a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocupou o cargo de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida no estrangeiro lhe permitiu que concebeu a maior parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa e de onde se destacam O Primo Bazilio, O Crime do Padre Amaro, A Relíquia e Os Maias, este último considerado a sua obra-prima. Morreu a 16 de agosto de 1900, em Paris.
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