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Tiago Vilhena lança 2 músicas do novo disco
"Julinha" e "Etelvina" são em conjunto as novas mostras do segundo álbum do Tiago Vilhena em nome próprio. Terceiro álbum a solo contando com o seu passado como George Marvinson.
“Antes de falar da “Julinha” e da “Etelvina”, importa definir o que é uma canção para mim. A forma mais resumida de o expor é: uma ideia concreta musicada. Se assim não for, é uma música que vive noutro espectro que não o da canção. Tem de ser objetiva no seu propósito e estas duas músicas, são uma descrição de duas pessoas. Não interessa se elas existem ou não no nosso mundo. Se não estão neste, estão noutro qualquer, definidas e explicadas ao longo de 3 minutos e alguns segundos, acompanhadas por ritmos ancestrais e contemporâneos. A primeira tem uma vida de busca e descoberta, tem liberdade para deixar o passado para trás e para não depender do futuro. Tem um sorriso que me encanta e chama-se Júlia. A segunda tem o conhecimento enraizado e inflexível, mas ao mesmo tempo ouve as ideias contrárias sem as desconsiderar.”
Tiago Vilhena
A “Julinha” é o novo single do novo disco, a aposta para a rádio. Com um ritmo brasileiro, descreve uma rapariga na sua viagem a Portugal à procura de uma vida. Um cenário muito comum hoje em dia e que, portanto, é pertinente ficar registado na canção portuguesa que também serve para contar histórias e assinalar momentos, tendências e costumes. No refrão, é usada uma expressão eternizada pelo Tom Jobim e recontextualizada para mostrar que o passado continua aqui, nas nossas memórias, apesar de vivermos tempos muito diferentes. “É pau, é pedra” pode querer dizer tantas coisas que nem vale a pena tentar fechar caminhos. É uma canção objetiva com subjetividade suficiente para ter interpretações e representações sem fim.
A “Etelvina” descreve um diálogo do Tiago Vilhena com a sua avó que tem o nome da cantiga. Aqui, ela tem um pensamento conservador e precavido enquanto que ele, em resposta, tem um papel progressista e de certo modo inconsciente e irreverente. Nenhum é tido como o dono da razão e, portanto, há ensinamentos a absorver dos dois, ou pelo menos fica essa hipótese em aberto. Numa conversa amigável e livre, a canção evolui numa festa popular e representa e beleza de uma cultura que avança em círculo e que o faz muito bem. As duas músicas demonstram a curiosidade pelo mundo feminino e a boa disposição que a melodia popular trás ao cantor, o que se contagia para quem o ouve.
BIOGRAFIA
Tiago Vilhena é um músico português, vive em Lisboa e foi parte de projetos como Savanna e George Marvinson. Hoje apresenta-se com o nome Tiago Vilhena e canta na sua língua de nascença. Neste último trabalho, junta as suas referências antigas do indie rock com a música portuguesa. Durante os últimos 2 anos aproveitou o isolamento para compor todas as músicas que conseguisse e o álbum que sairá em 2022 é o resultado deste trabalho. Mais uma vez, e como é comum com o artista, houve uma reinvenção da sua essência musical. Continuando com um carácter de cantautor, Tiago Vilhena apresenta-se desta vez com músicas divertidas, esperançosas, coloridas e que dão vontade de dançar. O ritmo é a chave das novas canções e a boa disposição é nítida e contagiante. Os temas variam entre o trabalho, a vida corriqueira, paixões e ambições. Assuntos com os quais a maioria dos ouvintes se identificará e onde irão encontrar uma zona de conforto. A noite Lisboeta, as vontades e ambições de um jovem adulto, a instabilidade que desequilibra o metódico, mas que inspira o criativo, são o objeto literal das novas canções do artista que promete por os pés a bater no chão.