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FIMFA celebra 22 anos com música criada a partir do coração do público
A 22ª edição do Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas arranca esta sexta-feira com mais de 20 espetáculos e atividades em nove palcos de Lisboa. Até 5 de junho há espetáculos para famílias e públicos “dos 8 aos 108 anos”, diz a organização
Depois da pandemia ter afastado o público dos espetáculos, o FIMFA – o Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas vai querer ouvir o bater do coração dos espetadores. No ano em que comemora 22 anos, o FIMFA apresenta em cartaz “Cardiophone”, um espetáculo para uma pessoa, onde o artista Moran Duvshani vai criar música a partir da batida do coração do público.
À Renascença, Luís Vieira, diretor artístico do FIMFA, diz que este é um espetáculo que será apresentado no São Luiz Teatro e que proporciona uma “experiência individual” que junta a “tecnologia médica e a música mecânica em que as pessoas transformam as batidas do coração numa melodia”. Através de uma eletrocardiograma a música acontece, numa “viagem ao interior”, diz Luís Vieira.
Este é um dos espetáculos desta edição que tem como tema “Pensar o Futuro” e que pretende interrogar as relações humanas, a tecnologia e a robótica. No programa estão mais de 20 espetáculos que se espalham por 9 espaços culturais da cidade.
Até 5 de junho, as companhias nacionais e estrangeiras apresentam-se no São Luiz Teatro Municipal, Teatro Nacional D. Maria II, LU.CA - Teatro Luís de Camões, Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, Teatro do Bairro, Teatro Taborda, Museu Nacional do Teatro e da Dança, Centro Cultural da Malaposta e Cinemateca Portuguesa.
O espetáculo de abertura será no São Luiz, esta sexta-feira, com "Work" de Claudio Stellato, às 20h. “É um espetáculo extraordinário de um criador multidisciplinar italiano que vive e trabalha na Bélgica”, explica Luís Vieira que acrescenta que o artista “vai apresentar um espetáculo objeto onde transforma a bricolage numa forma de arte”.
“Ele é formado em dança, e novo circo e é um verdadeiro ‘happenning’ futurista. Apesar de ser um espetáculo feito para o público adulto, costumo dizer que é um espetáculo criado para adultos que as crianças mais adoram”, indica o diretor artístico.
Em cena há humor “pelo absurdo e pela grande capacidade dos intérpretes que estão em cena e que muitas vezes ficam aprisionados na própria cenografia que é a grande marioneta desse espetáculo”, explica Luís Vieira.
No São Luiz o público vai poder assistir a mais cinco espetáculos: “Le Présent c’est l’Accident!”, uma peça musical e visual do encenador francês Jean-Pierre Larroche, que mistura motores mecânicos e eletrónicos com o talento humano; “Quelque chose s’attendrit”, uma performance de ótica do francês Renaud Herbin, em que uma marioneta de fios se move pelo espaço interestelar; “Simple Machines”, uma conferência-espetáculo do belga Ugo Dehaes, criador de robots-bailarinos, que questiona a relação entre o homem e a máquina através do movimento; “Earthbound”, da italiana Marta Cuscunà, um monólogo para uma atriz e criaturas animatrónicas.
“Temos um conjunto de espetáculos ‘futuristas’, onde vai haver bastantes robots, criaturas gigantes, e também criaturas minúsculas”, indica o diretor artístico em entrevista à Renascença. No Teatro Nacional D. Maria II, a companhia belga Karyatides vai apresentar “Frankenstein”, um espetáculo que conta com dois atores-manipuladores, uma cantora de ópera e um pianista, ajudados em palco por uma multidão de bustos, bonecos e objetos de todos os tipos.
Já Os Bonecos de Santo Aleixo que venceram o Prémio Henrique Delgado 2022, vão apresentar “Auto da Criação do Mundo”, um espetáculo que será apresentado no Teatro do Bairro que vai também receber HEN, de Johanny Bert, “Ersatz”, do Collectif AÏE AÏE AÏE e “Jardineiro Imaginário”, o Teatro de Marionetas do Porto, com encenação de Isabel Barros.
Todo o cartaz pode ser consultado no site do FIMFA, “um festival dos 8 aos 108 anos”, diz Luís Vieira que quer juntar gerações no público. “É um festival que tem muitos espetáculos para ver em família” lembra o diretor artístico. Tal como em edições anteriores haverá também atividades paralelas, com cinema, workshops e encontros com artistas.
Produzido pel'A Tarumba – Teatro de Marionetas, o FIMFA Lx celebra 22 anos depois de dois anos marcados por edições condicionadas pela pandemia.
por Maria João Costa in Renascença | 13 de maio de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença