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Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2022 é atribuído ao romance Periferia, de Catarina Costa
O Distrito 115 (Portugal) do Lions Clubs International, a Fundação Lions de Portugal e a Guerra e Paz Editores anunciaram este sábado, dia 7 de maio, a obra vencedora do Prémio Nacional de Literatura Lions de Portugal 2022, numa cerimónia que decorreu no Fórum da Maia e que contou com a presença e louvor do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Periferia, da autoria de Catarina Costa (fotografia), foi a obra a que o júri, presidido pelo jornalista e escritor João Céu e Silva, atribuiu o prémio. Além do valor pecuniário de 2500 euros, a autora verá ainda a sua obra publicada com a chancela da Guerra e Paz, editora oficial do galardão, no próximo mês de agosto e apresentada publicamente na 92ª Feira do Livro de Lisboa. Partilhamos o discurso feito pelo editor da Guerra e Paz, Manuel S. Fonseca, na sessão:
Saúdo Sua Excelência o Senhor Presidente da República, saúdo o Senhor Presidente da Câmara da Maia, e saúdo com muito apreço todos os companheiros do Distrito Múltiplo 115 do Lions Club e da Fundação Lions de Portugal. Minhas senhoras e meus senhores, bom dia.
Na minha qualidade de editor da Guerra e Paz quero partilhar convosco a minha alegria. O júri do Prémio Nacional de Literatura do Lions atribuiu o primeiro lugar a um belíssimo romance. Chama-se Periferia. Escreveu-o Catarina Costa. É o seu primeiro romance e é muito bom. Com uma prosa tão contida como segura, retrata um universo totalitário, situado num tempo indecidível, talvez no futuro, ou apenas um tempo imaginário.
Vamos todos lê-lo com gosto, senão com exaltação, mas como ainda não o leram e só para vos dar uma referência, vão encontrar no romance de Catarina Costa o tom secreto e surdamente ameaçador, e é só um exemplo, da série de televisão Handmaid’s Tale e do romance que a inspirou, de Margaret Atwood.
O romance de Catarina Costa chama-se Periferia e é uma narrativa tocado por uma tristeza tépida e quase doce, cheio de silêncios, distância e murmúrios. E cheio de suspense, também. Tememos que a mulher em fuga, que é a protagonista, seja, a qualquer momento, surpreendida e apanhada. Parabéns à autora Catarina Costa e parabéns ao júri, presidido por João Céu e Silva, pela magnífica escolha.
Por fim, quero dar os parabéns ao Lions pela criação, em 2011 deste Prémio, já com 12 anos de existência. Neste Prémio e no apoio ao livro que ele representa, o Lions cumpre uma alta missão de responsabilidade social. Os países com altos índices de bem-estar e de liberdade têm povos que lêem muito. Lêem muito mais do que Portugal, infelizmente para nós. O Lions, com o seu apoio ao livro, está a ajudar a reparar uma falha grave que nos aflige: o livro e a leitura têm de ser um factor estratégico para o desenvolvimento de Portugal.
Quem ler Periferia, o romance de Catarina Costa, vencedor do Prémio Lions deste ano, vai ganhar riqueza emocional. É esse também o papel dos grandes romances: conferirem sensibilidade, juntarem beleza aos valores que os seus leitores possam ter. Quem lê, e quem lê romances, ganha uma atenção ao humano, um património de emoções, que o vão ajudar a trabalhar, a pensar, a decidir e mesmo a amar melhor.
Parabéns ao Lions pela sua crença no valor do livro e da leitura. Não são só os autores, os editores, as livrarias que vos agradecem esta vossa intervenção. São sobretudo os leitores, esse grande público a que todos pertencemos, que vos dizem obrigado. Parabéns por Periferia, o belo romance deste ano. Parabéns pelo Prémio de Literatura Lions. Nunca desistam.
Manuel S. Fonseca