O escritor Nuno Gomes Garcia, de quem a Casa das Letras publicou os romances O Dia em que o Sol se Apagou, finalista do Prémio LeYa 2014, e O Homem Domesticado, em 2017, foi o escolhido para representar Portugal no Littératures Européennes Cognac (LEC), um importante festival literário que todos os anos se realiza em França – a edição deste ano terá lugar de 17 a 22 de novembro.

Esta foi uma escolha que teve por base os autores que se candidataram a uma Residência Literária, a Résidence D’ Écriture Jean Monet, promovida pelo referido Festival.

Tudo isto acontece, curiosamente, numa altura em que está prestes a chegar às livrarias francesas a edição de O Homem Domesticado, que terá como título La Domestication, publicada na Collection iXe' prime, das Éditions iX, traduzida do português por Clara Domingues.

Uma edição, digamos, mais do que oportuna, pouco depois das eleições francesas e com a segunda volta marcada para dia 24 de abril, como o comprova a história do romance, que nos fala de um tempo em que uma tal Marine alcançou o poder, dando início a uma nova era, em que a sociedade vai-se progressivamente desumanizando ao ponto de os conceitos de amor e amizade deixarem de fazer sentido. As mulheres tornaram-se senhoras do mundo e submeteram os homens à condição de escravos.

Eis a distopia à maneira de George Orwell, em 1984, que nos oferece, com O Homem Domesticado, Nuno Gomes Garcia, natural de Matosinhos (1978), estudante de História e Arqueólogo, residente em Paris há já vários anos.