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Morreu o ator António Reis, um dos fundadores da Seiva Trupe
Tinha 77 anos. Em 1973, com Júlio Cardoso e Estrela Novais, cofundou a Seiva Trupe, onde foi ator, encenador, cenógrafo, diretor de produção e diretor de cena.
O ator António Reis, cofundador da Seiva Trupe e do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), morreu esta terça-feira, aos 77 anos, no Porto, em consequência de doença prolongada, disse à agência Lusa fonte da companhia teatral.
“Ao seu nome ficam ligadas memórias e as raízes do teatro no Porto”, sublinhou a Companhia Seiva Trupe, lamentando que perde "um dos seus alicerces em que se fundou e cresceu nestes mais de 48 anos".
António Reis iniciou atividade nos anos de 1960 no Grupo dos Modestos, num espetáculo de Joseph Kesserling, e ingressou depois no Teatro Experimental do Porto, em 1970, onde fez a estreia profissional e trabalhou durante dois anos.
Em 1973, juntamente com Júlio Cardoso e Estrela Novais - também vindos do Teatro Experimental do Porto -, António Reis cofundou a Seiva Trupe, onde foi ator, mas também encenador, cenógrafo, diretor de produção e diretor de cena, refere o Centro de Estudos de Teatro, da Universidade de Lisboa, na sua base de dados.
“Foram dezenas os êxitos, quer no palco, quer como corresponsável da emblemática estrutura teatral do Porto, sendo difícil distinguir, pelas suas qualidade e personalidade inconfundíveis, a escolha entre o famoso ‘Um Cálice de Porto’ ou, antes, em ‘Perdidos numa Noite Suja’ de Plínio Marcos, ou, depois em ‘Macbeth’ de Shakespeare ou ‘Uma Visita Inoportuna” de Copi’, escreveu o Seiva Trupe em nota de pesar.
A par do teatro, António Reis também fez cinema e televisão, tendo trabalhado, sobretudo, com Manoel de Oliveira, em filmes como "Vale Abraão" (1992) e "Singularidades de uma rapariga loira" (2008).
António Reis foi igualmente um dos fundadores do FITEI – Festival de Teatro de Expressão Ibérica e, ao longo da carreira, recebeu alguns prémios pelo labor no teatro português, nomeadamente a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal do Porto (1988), a comenda da Ordem do Infante (1995) e o prémio Lorca, pela Universidade de Granada em Espanha (1995).
O corpo de António Reis vai estar em câmara ardente esta quarta-feira na sala dos quadros da Igreja de Nossa Senhora da Lapa, no Porto, entre as 16h30 e as 20h00.
As exéquias realizam-se na quinta-feira, dia 7 de abril, às 15h30, na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, seguindo o funeral para o Cemitério da Venerável Ordem da Lapa.
por Lusa e Renascença | 5 de abril de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença