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Sónar chega a Lisboa e mistura arte com tecnologia
Entre os dias 8 e 10 de abril, Lisboa vai receber pela primeira vez o festival de música eletrónica Sónar. Espalhado por quatro polos lisboetas, vai misturar temáticas como tecnologia, música e sustentabilidade.
O festival de música eletrónica e arte Sónar chega pela primeira vez a Lisboa. Arca, Bicep Live, Charlotte de White são alguns do nomes fazem parte do cartaz de música. Nos dias 8, 9 e 10 de abril, mais de 100 artistas de diversas áreas juntam-se para três dias de tecnologia, criatividade e arte.
O festival nasceu em 1994 em Barcelona com o objetivo de juntar a tecnologia com música. "Nós chamávamos nessa altura música avançada, artistas que estavam avançados na forma de fazer e de usar a tecnologia", afirmou Enric Palau, Fundador da Sónar Espanhola ao DN.
Foi em 2002 que o evento saiu pela primeira vez de Barcelona e foi até Londres. Atualmente, o Sónar conta com cerca de 100 edições em 36 cidades espalhadas pelo mundo, Hong Kong, Nova Iorque, Buenos Aires e Istambul são alguns exemplos. Depois de dois anos de pandemia e de um adiamento, chega a vez de Portugal, a primeira, com mais 70 concertos e atuações.
"Escolhemos Lisboa porque sentimos que é uma cidade muito atrativa e é uma forma muito interessante dar as boas-vindas ao espírito Sónar. Os sítios onde o festival vão acontecer são bons para os turistas descobrirem uma cidade fantástica. Nós pensamos que Lisboa é o momento", disse Enric Palau.
Em Lisboa, o formato do festival vai ser diferente de todos os outros: vai ter quatro polos de espetáculos, exposições e conferências. O Centro de Congressos de Lisboa, o Coliseu dos Recreios, o Pavilhão Carlos Lopes e o Hub Criativo do Beato, vão receber artistas internacionais e nacionais.
"Essa dispersão traz desafios quer na gestão de público, quer na logística. O meu maior receio é haver pessoas que não conseguem ir ao espetáculo porque a sala não tem capacidade para mais. Esse balanceamento foi uma coisa que tratamos com pinças e estou em querer que isso não vai acontecer." afirmou João Meneses, fundador do Sónar Portugal.
O Festival está dividido no Sónar by Day e no Sónar by Night. Durante o dia o evento é dedicado a discussões e espetáculos experimentais no Pavilhão Carlos Lopes. e o preço do bilhete varia entre os 50 e os 90 euros Durante a noite, o Sónar passa a um espaço musical, descrito como "uma celebração", que acontece em três sítios distintos: Centro de Congressos de Lisboa, Coliseu dos Recreios e Pavilhão Carlos Lopes. O preço varia entre 40 e 90 euros.
Outra das novidades desta edição é o Sónar+D, onde a sustentabilidade, os direitos humanos e a tecnologia são as temáticas principais. Num "não lugar"", o Hub Criativo do Beato, vão estar expostas obras de arte que incluem tecnologia, espaço para conferências e ainda espetáculos interativos. O artista Trevor Paglen e a académica Kate Crawford vão abrir as conferências do Sónar+D, explorando as questões sobre a inteligência artificial. Os bilhetes do Sónar+D variam entre 25 e 15 euros. No domingo, dia 10 de abril, o espaço vai estar aberto a todos.
"Vamos ter arte, talks e espetáculos audiovisuais. O Sónar+D tem uma postura mais reflexiva, mais refletida, mais cerebral do Sónar" explicou a curadora do Sónar+D, Patrícia Craveiro Lopes. Francisco Vidal, um dos artistas com a sua obra exposta durante os dias do festival, mistura pela primeira vez tecnologia com a sua arte: a pintura. Com ajuda de amigos e utilizando a realidade virtual, o artista criou uma experiência imersiva que convida o público a entrar dentro da sua obra, intitulada de Casulo - Still Free, com uma linha branca como guia. "A peça fala de uma tecnologia antiga, analógica que nós usamos com a fotografia e no cinema e agora a passagem para uma tecnologia de selfie e de fotografia digital." explicou Francisco Vida.
por Mariana de Melo Gonçalves in Diário de Notícias | 3 de abril de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias