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21.ª edição da MONSTRA | Os filmes vencedores
“O Homem do Lixo”, da realizadora portuguesa Laura Gonçalves, é o grande galardoado da 21.ª edição da MONSTRA com 3 prémios, incluindo o filme vencedor da competição nacional - eleito pelo júri e pelo público.
“Mata e Foge da Cidade”, de Mariusz Wilczy?ski, e “Bestia”, de Hugo Covarrubias, levam o Grande Prémio MONSTRA da Competição Longas-metragens e Competição Curtas-metragens, respetivamente.
Terminou dia 27 de março, a 21.ª edição da MONSTRA - Festival de Animação de Lisboa, onde foram vistos mais de 400 filmes, com uma visita muito especial ao cinema de animação da Bulgária - o país convidado deste ano.
“O Homem do Lixo”, da realizadora Laura Gonçalves, venceu o Prémio SPA | Vasco Granja, na Competição Portuguesa da 21.ª edição da MONSTRA. O filme, que teve a sua estreia mundial durante o festival, foi distinguido entre as 10 curtas-metragens apresentadas nesta competição - “Um excelente indicador da evolução no cinema de animação portuguesa ao longo destes 22 anos”, explica Fernando Galrito, o diretor artístico da MONSTRA.
A decisão coube a um painel de jurados composto por Anri Koulev, Mónica Santos e Roberto Catani, que justifica a escolha de “O Homem do Lixo” pelas suas “características gráficas e poéticas”, mas também pela “capacidade de transformar o simples e familiar da nossa vida quotidiana num sentimento universal”. “À medida que o vemos, percebemos, pela sua ambiência, que este filme foi feito com uma grande ternura”, completa.
O filme de Laura Gonçalves recebeu também o Prémio do Público.
Juntamente com o vencedor do Prémio SPA | Vasco Granja, o júri apontou duas Menções Honrosas: “Degelo” (que também estreou em exclusivo na MONSTRA), de Susana Miguel António e Filipa Gomes da Costa, e “A Criação”, de José Xavier.
O Grande Prémio MONSTRA, na Competição de Longas-metragens, foi atribuído a “Mata e Foge da Cidade” (“Kill it and Leave this Town”), do realizador polaco Mariusz Wilczy?ski, pela “profunda viagem pela subconsciência e memórias concretizadas nos desenhos e animação artística”, diz o júri representado por Anna Za?a, Maria João Wolmar, Nadezhda Marinchevska, Sérgio Azevedo e Wilson Lazaretti. Na mesma competição, o filme recebeu ainda o prémio de Melhor Banda Sonora.
“Até os Ratos Merecem o Céu” (“Even Mice Belong In Heaven”), dos checos Denisa Grimmová e Jan Bubenicek, foi eleito Melhor Filme Infância e Juventude, “A Travessia” (“The Crossing”), da francesa Florence Miailhe, obteve o Prémio Especial do Júri, e “Bob Cuspe, Nós Não Gostamos de Gente” (“Bob Spit, We Don’t Like People”), do brasileiro Cesar Cabral, a Menção Honrosa e o Prémio do Público.
“Bestia”, do realizador chileno Hugo Covarrubias, ganhou o Grande Prémio MONSTRA, na Competição de Curtas-metragens. O júri composto por Camilla Kater, Gonçalo Gato, Juergen Hagler, Lea Vidakovic e Sofia Esperto salienta que o filme apresenta “um estilo visual extraordinário e um desenho de personagens inesquecível”, além de “abordar um tema político forte de uma forma subtil, visceral e perturbadora”.
Foram ainda eleitos pelos jurados “O Que se Ouve no Silêncio” (“What Resonates in Silence”), de Marine Blin, e “Duas Irmãs” (“Two Sisters”), de Anna Budanova (Menções Honrosas); “A Quarta Parede” (“The Fourth Wall”), de Mahboube Kalaei (Melhor Curta-metragem Experimental); “Terra Prometida” (“Promised Land”), de Andrea Pierri (Melhor Curta-metragem Documental); “Um Caso de Arte” (“Affairs of the Art”), de Joanna Quinn (Prémio Especial do Júri); e “O Homem do Lixo”, de Laura Gonçalves (Melhor Curta-metragem Portuguesa). O Prémio do Público, nesta categoria, foi entregue a “Degelo”, de Susana Miguel António e Filipa Gomes da Costa.
Na Competição MONSTRINHA, dedicada ao público mais novo e às famílias, foi “O Segredo do Sr. Nostoc” (“The Secret of Mr. Nostoc”), dos realizadores franceses Patrice Seiler e Maxime Marion, quem levou para casa o Grande Prémio. “A inventividade com que reutiliza os materiais faz do Sr. Nostoc uma personagem profundamente altruísta e humanizadora, ao serviço de um mundo de fantasia e de magia”, fundamentou o júri formado por Carlos Samina, Célia Costa e Elsa Cerqueira. “O Segredo do Sr. Nostoc” (“The Secret of Mr. Nostoc”) trouxe ainda o Prémio do Público do programa MONSTRINHA Pais e Filhos, enquanto “O meu nome é Medo” (“My Name is Fear”), de Eliza P?ocieniak-Alvarez, o do programa MONSTRINHA Escolas.
Também na MONSTRINHA, as Menções Honrosas foram atribuídas a “Ensaio da Orquestra”, de Tatiana Okruzhnova (programa 3 aos 5), “O Meu Nome é Medo”, de Eliza P?ocieniak-Alvarez (programa 6 aos 9), “Admirando a Infância”, de Camille Scudier (programa 10 aos 14), “Todas as Sensações na Barriga”, de Marko Dješka (programa Geração M), e “Há Chuva nas Estrelas”, de Sara Namjo (programa Pais e Filhos).
Ainda na 21.ª edição do Festival de Animação de Lisboa, nomeadamente na Competição de Curtas-metragens de Estudantes - Júri Júnior, foram eleitos “Noite do Medo Vivo” (“Night of the Living Dread”), de Ida Melum (Melhor Curta-metragem de Estudantes); “No Meio de Nada”, de Sam Marques (Melhor Curta-metragem de Estudantes Portuguesa); e “Dois Dedos de Conversa” (“Chitchat”), de Flore Péan, Elisa Baudy, Jeanne Damas, Gabin Ageorges, Bradley Lejeune, e “Voo Diário” (“Dayfly”), de Yi Baoxingchen (Menções Honrosas).
Também nesta competição, mas pelo Júri Sénior, as escolhas recaíram em “A Queda do Rei Ibis” (“Fall of The Ibis King”), de Josh O’Caoimh e Mikai Geronimo (Melhor Curta-metragem de Estudantes); No Meio de Nada”, de Sam Marques (Melhor Curta-metragem de Estudantes Portuguesa); e “Na Sua Misericórdia” (“In His Mercy”), de Christoph Büttner, “Irmãs” (“Sisters”), de Andrea Szelesová, e “Memórias Flutuantes” (“Floating Memories”), de Se-young OK (Menções Honrosas).
O Prémio do Público foi entregue a “Noite do Medo Vivo” (“Night of the Living Dread”) de Ida Melum.
Na Competição Curtíssimas distinguiram-se “Dias Infelizes” (“Inertness”), de Jakub Krzyszpin (Melhor Curtíssima); “Ouch!”, de Carolina Nunes (Melhor Curtíssima Portuguesa); e “WYH”, de Florian Grolig, e “Sensorial” (“Sensory”), de Alicia Frøy Johnsen (Menções Honrosas).
Sobre os filmes e os autores nas diferentes categorias da MONSTRA, o diretor artístico Fernando Galrito enaltece a “diversidade” da programação e o “cruzamento de linguagens” entre as diferentes gerações de cineastas, na 21.ª edição do festival: “Encontramos mais facilmente a geração mais antiga a usar as novas tecnologias e a mais recente a querer agarrar as tecnologias mais analógicas”. “Às vezes há a tendência para regressar a algum passado e isso não quer dizer que não estamos a olhar o futuro”, conclui.
A MONSTRA 2022 aconteceu de 16 a 27 de março e apresentou mais de 400 filmes e 3 exposições em 9 locais da cidade de Lisboa - Cinema São Jorge, Cinema City Alvalade, Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, Cinemateca Júnior, Museu Nacional de Etnologia, Centro Cultural de Carnide, Museu da Marioneta, Sociedade Nacional de Belas Artes e Galeria Santa Maria Maior.