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Centenário de Salette Tavares
Salette Tavares nasceu a 31 de Março de 1922. No dia do seu centésimo aniversário, lembramos a escritora, poeta e ensaísta portuguesa.
No âmbito desta efeméride foi hoje apresentado o selo dos CTT comemorativo do centenário de Salette Tavares, integrado na emissão filatélica Vultos da Cultura Portuguesa.
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Salette Tavares nasceu em 1922, em Moçambique, então uma colónia portuguesa, na cidade de Lourenço Marques (hoje em dia Maputo). Aos onze anos mudou-se com a sua família para Sintra, Portugal, e viveu em Lisboa até 1994, ano em que morreu aos 72 anos.
Fez o curso de Ciências Histórico-Filosóficas da Universidade de Lisboa, licenciando-se em 1948 com a tese Aproximação ao pensamento concreto de Gabriel Marcel, que seria publicada nesse mesmo ano, em Lisboa. Traduziu os Pensamentos, de Pascal, e As maravilhas do cinema, de Georges Sadoul. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian para fazer uma especialização em Estética, em França e na Itália, onde trabalhou com Mikel Dufrenne, Étienne Souriau e Gillo Dorfles. Em 1964, a seguir à publicação do primeiro Caderno da Poesia Experimental, edição Cadernos de Hoje, faz uma visita a Nova Iorque onde visita vários museus na companhia do seu amigo poeta Frank O'Hara, tendo estudado arquitetura moderna com Philip Johnson. Durante o auge da produção concretista portuguesa, em 1965, lecciona Estética na Sociedade Nacional de Belas Artes, e publica as lições correspondentes, sem ilustrações, na revista Brotéria. Um livro com essas mesmas lições, mas completas, intitulado “A dialética das formas”, estava composto em 1972, mas nunca foi publicado. Em 1979, teve uma retrospectiva da sua poesia visual na Galeria Quadrum, numa exposição chamada “Brincar”.
Algumas obras editadas: Espelho cego (Lisboa: Ática, 1957); 14 563 letras de Pedro Sete (Lisboa: Livraria Fomento de Cultura, 1965); Lex icon (Lisboa: Moraes, 1971); Obra poética (1957-1971) (Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1992); Poesia gráfica (Lisboa: Casa Fernando Pessoa, 1995)
Recentemente foram publicadas pela Livraria Tigre de Papel as obras inéditas: Baile Mecânico (1956), Anonimatógrafo (1962), e O Kágado (1962), Outro Outro (narrativa 1962), Irrar (narrativa 1978), estando já no prelo o ensaio histórico Sintra no Jardim da Esmeralda (1987/88).. Também a sair em breve na coleção Plural da Imprensa Nacional: Obra Poética 1957/94.
Exposições póstumas Individuais: Casa Fernando Pessoa, Salette Tavares: Poesia Gráfica (Lisboa 1995); Centro Cultural de Belém Salette Tavares: Desalinho das Linhas (Lisboa 2010); Centro de Arte Moderna, Fundação Calouste Gulbenkian, Salette Tavares Poesia Espacial (Lisboa 2014/15).