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Coimbra volta a ter em abril o seu mês da dança

Festival Abril Dança em Coimbra começa no dia 1 e vai até dia 30, numa edição reforçada pela proximidade ao portuense Dias da Dança e à Temporada Cruzada Portugal - França.

Apresentação de Festival Abril Dança em Coimbra, que está de volta, depois de dois anos de interregno DR


É o regresso do “lugar de encontro da dança contemporânea em Coimbra”, diz o diretor do Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), Fernando Matos de Oliveira, sobre o Festival Abril Dança em Coimbra (ADC), que está de volta, depois de dois anos de interregno. A programação, que se estende entre os dias 1 e 30 de abril, divide-se entre os palcos do TAGV e o do Convento São Francisco.

A programação desta edição do ADC espelha a diversidade “de temas, de tópicos e de inquietações” da dança contemporânea, afirmou Matos de Oliveira, na conferência de imprensa em que foi anunciado o cartaz, nesta quarta-feira, no palco do CSF. Em Coimbra, Né Barros estreia Neve – Paisagens Máquinas e Animais no dia 9 de abril. Na programação há também lugar para a estreia nacional de Soulèvement, da coreógrafa francesa Tatiana Julien (dia 20 de abril), num misto concerto, desfile de moda e boxe, e para a antestreia de Portrait of a Dancer as Velvet, de Hugo Calhim e Joana von Mayer Trindade (28 de Abril), dupla que esteve em residência artística no TAGV, em março.

Fernando Matos de Oliveira sublinha que esta edição, reforçada pela parceria com o festival Dias da Dança (com extensões a Viana do Castelo, Leiria e Mértola) e pela Temporada Cruzada Portugal - França, é também marcada por uma diversidade “de linguagens e gerações”.

Feedback, de André Braga e Cláudia Figueiredo, é o espetáculo que marca a abertura do ADC, no dia 1 de abril. A Companhia Instável apresenta Lowlands, no dia 3, e, no dia 14, Beatriz Dias sobe ao palco com Neon 80. Pantera, o trabalho de Clara Andermatt e João Lucas sobre a memória do músico cabo-verdiano Orlando Barreto, tem data marcada para dia 22 de abril.

No dia 23, espaço para uma criação da cidade, com a apresentação de Como faz a Primavera, do Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC). Infiniment, da belga Europa Danse Company, sobre ao palco no dia 29 de abril. No dia 30, o espetáculo A Maior Flor do Mundo, de Hugo Cabral e Inês Gomes, com base na obra homónima de Saramago, fecha a programação do ADC.

Percurso para a profissionalização

Este é um regresso, depois de dois anos de interrupção, recordou o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, numa conferência de imprensa onde esteve também o vice-reitor da Universidade de Coimbra, Delfim Leão. Depois de um ano de 2020 em que a edição foi cancelada, o abril Dança em Coimbra de 2021, pensado ainda debaixo de uma sombra de incerteza, viu a sua programação diluída ao longo do ano.

Essa incerteza ainda não desapareceu completamente, lembrou o diretor do TAGV, fator que levou a adiar para o próximo ano alguns desenvolvimentos no festival. “Queremos voltar para a rua, para a praça”, anunciou, acrescentando que o ADC quer contribuir para abrir um caminho de profissionalização da dança, em Coimbra.

Em 2023, a intenção é abrir um processo de casting que alimente um projeto profissional de dança, dando continuidade ao trabalho iniciado por 12 escolas de dança da região, que são próximas do festival e que estão mais focadas na formação. Esse trajeto de profissionalização poderá passar pelo trabalho com um coreógrafo convidado ou por se aproximar a uma companhia residente, tendo em conta que a Companhia Paulo Ribeiro deverá fixar-se em Coimbra durante este ano.

De 1 de abril a 26 de junho, o Convento São Francisco recebe a exposição Dança Em Coimbra? Para Uma Timeline a Haver, um trabalho da historiadora Ana Bigotte Vieira e do coreógrafo João dos Santos Martins, que adaptam a Coimbra a sua cronologia comparada da dança em Portugal. Esta é uma outra versão de um trabalho que começou por ser exibido em Viseu, em 2016, e que já passou por Lisboa, Santarém e Porto.

O programa fica completo com a exibição de filmes, residências artísticas, oficinas e espetáculos para crianças.


por Camilo Soldado in Público | 23 de março de 2022
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público

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