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Livro vencedor do Prémio Leya 2021 nas livrarias em abril
Anunciado vencedor do Prémio LeYa 2021 no passado dia 7 de novembro, o romance As Pessoas Invisíveis, de José Carlos Barros, chega às livrarias no próximo dia 12 de abril.
O júri do prémio LeYa – constituído pelo poeta Manuel Alegre (presidente), a escritora angolana Ana Paula Tavares, a crítica literária Isabel Lucas, o professor José Carlos Seabra Pereira, o poeta Nuno Júdice, o jornalista Paulo Werneck e o professor Lourenço do Rosário – deixou-se conquistar por um livro, entre os mais de 800 originais que se candidataram, que é, justificou na altura, “uma viagem por vários tempos da História recente de Portugal, desde a década de 40 do século XX, narrada a partir de uma personagem ambígua, Xavier, que age como se tivesse um dom, ou como se precisasse de acreditar em ter um dom”.
José Carlos Barros, que já tinha sido finalista do Prémio LeYa em 2012, com Um Amigo para o Inverno, posteriormente publicado pela Casa das Letras, situa o leitor, em As Pessoas Invisíveis, na Berlim de 1980, onde é encontrado um caderno que relata a descoberta, em terras portuguesas, de uma jazida de ouro, segredo que o transportará, ao leitor, até aos anos da Segunda Guerra Mundial, à exploração de volfrâmio e à improvável amizade de um engenheiro alemão com o jovem Xavier Sarmiento, que descobre ter o dom de curar e se fascina com a ideia de Poder. É a sua história, de curandeiro e mágico a temido chefe das milícias, que acompanharemos ao longo do romance, assistindo às suas curas e milagres, bem como aos amores clandestinos e à fuga intempestiva para África.
Percorrendo episódios da vida portuguesa ao longo de cinco décadas – das movimentações na raia transmontana durante a Guerra Civil de Espanha à morte de Francisco Sá Carneiro – As Pessoas Invisíveis é também a revisitação de um dos eventos mais trágicos e menos conhecidos da nossa História colonial: o massacre de um grande número de nativos forros, mostrando como o fim legal da escravatura precedeu, em muitas dezenas de anos, a sua efectiva abolição.
José Carlos Barros é licenciado em Arquitectura Paisagista pela Universidade de Évora. Vive e trabalha no Algarve, em Vila Nova de Cacela. Foi director do Parque Natural da Ria Formosa e da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António. É autor de vários livros de poesia e de dois romances: O Prazer e o Tédio, de 2009, adaptado ao cinema por André Graça Gomes; e Um Amigo para o Inverno, finalista do Prémio LeYa em 2012 e publicado no ano seguinte. Venceu vários prémios literários. Os seus livros mais recentes, todos de poesia, são: O Uso dos Venenos (2.ª edição, 2018); A Educação das Crianças (2020); Estação – Os Poemas do DN Jovem, 1984-1989 (2020); Penélope Escreve a Ulisses (2021).