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Um ato de coragem literária e política

Coleção Dois Mundos expande o seu catálogo de autores Prémio Nobel com a publicação de Um Dia na Vida de Ivan Deníssovitch, a obra-prima de Aleksandr Soljenítsin. 


Narrativa brilhante e densa, editada originalmente em 1962 e saudada em todo o mundo como símbolo da nova literatura russa, Um Dia na Vida de Ivan Deníssovitch é um verdadeiro ato de coragem literária e política de Aleksandr Soljenítsin, agora numa edição da Livros do Brasil.

O livro já se encontra em pré-venda.

Escrito durante um período de trabalhos forçados no campo especial de Ekibastruz, no inverno de 1950-1951, e terminado em 1959, ao longo dos tempos este relato foi sendo mutilado pela censura. A primeira edição não censurada data de 1973, nela se encontrando em todo o seu esplendor a desventura do protagonista, cuja figura foi inspirada no soldado Chúkhov, um companheiro de combate do autor na guerra soviético-alemã. Todas as outras personagens são reais, recolhidas da vida no campo, e as suas biografias são autênticas.

SOBRE O LIVRO
Um Dia na Vida de Ivan Deníssovitch
Às cinco da manhã, golpes de martelo sobre uma barra de ferro assinalam a alvorada. À noite, com a cabeça tapada por um cobertor fino e sujo, resta acolher o sono com a satisfação de se ter aguentado. Um Dia na Vida de Ivan Deníssovitch relata as experiências da jornada de um prisioneiro num gulag no Cazaquistão. Uma das três mil seiscentas e cinquenta e três jornadas que lá enfrentou. Expressamente citado pela Academia Sueca no momento da atribuição do Prémio Nobel de Literatura a Aleksandr Soljenítsin, em 1970, este foi o primeiro romance publicado na União Soviética revelando a vida nos campos de trabalho dos prisioneiros políticos e a repressão estalinista. 

Título: Um Dia na Vida de Ivan Deníssovitch
Autor: Aleksandr Soljenítsin
Tradução: António Pescada
N.º de Páginas: 144
PVP: 15,50€
Coleção: Dois Mundos

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SOBRE O AUTOR
Aleksandr Soljenítsin
Nasceu em Kislovodsk, no Cáucaso, a 11 de novembro de 1918. Combateu na Segunda Guerra Mundial e esteve preso e internado em campos de trabalho forçado de 1945 a 1953, após críticas privadas a Estaline. Ilibado na sequência da «abertura» criada pelo famoso discurso de Krutchev denunciando os crimes estalinistas, foi professor e iniciou o seu percurso de escritor nos anos 50. Um Dia na Vida de Ivan Deníssovitch, classificado por Aleksandr Tvardovski, seu editor na revista Novy Mir, em 1962, como um «clássico», teve a sua publicação expressamente autorizada por Krutchev e foi estudado nas escolas. Mas a vida de escritor de Soljenítsin viria a ser atribulada e reprimida na sequência da recusa pela União dos Escritores da publicação de Pavilhão de Cancerosos e da atribuição do Prémio Nobel de Literatura em 1970. Pouco depois da publicação de O Arquipélago Gulag em Paris, em 1974, foi expulso da União Soviética, vivendo na Suíça, em França e nos EUA até à queda do Muro de Berlim, após o que regressou a Moscovo, em 1994, sendo recebido triunfalmente. Faleceu a 3 de agosto de 2008. As suas obras marcam indelevelmente a literatura russa do século xx, inserindo-se na grande tradição narrativa de nomes como Tchékhov, Tolstói e Dostoiévski. 
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