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Uma busca incessante em verso
Assírio & Alvim publica nova edição de Poesia, de António Maria Lisboa, «o mais importante poeta surrealista português», nas palavras de Mário Cesariny, organizador deste volume.
Livro icónico, Poesia fica agora de novo disponível no mercado numa edição revista e com uma nova capa, naquela que constitui uma oportunidade única de nos (re)encontrarmos com a singularidade poética de António Maria Lisboa.
O livro já se encontra em pré-venda.
«Desaparecido em plena juventude, António Maria Lisboa deixou uma obra escassa mas nem por isso menos fulgurante. Preocupado com uma verdadeira aproximação às culturas exteriores, à tão celebrada civilização ocidental, há na sua poesia uma busca incessante de um futuro tão antigo como o passado. Pode, e decerto deve, ser considerado o mais importante poeta surrealista português, pela densidade da sua afirmação e na "direcção desconhecida" para que aponta.» Assim nos é apresentado o jovem poeta pelo amigo e companheiro surrealista Mário Cesariny, organizador deste volume de toda a produção de António Maria Lisboa, editado originalmente em 1978.
SOBRE O LIVRO
Poesia
POEMA DO COMEÇO
Eu num camelo a atravessar o deserto
com um ombro franjado de túmulos numa mão muito aberta
Eu num barco a remos a atravessar a janela
da pirâmide com um copo esguio e azul coberto de escamas
Eu na praia e um vento de agulhas
com um Cavalo-Triângulo enterrado na areia
Eu na noite com um objecto estranho na algibeira
— trago-te Brilhante-Estrela-Sem-Destino coberta de musgo
Título: Poesia
Autor: António Maria Lisboa
Organização e apresentação: Mário Cesariny
N.º de Páginas: 248
PVP: 16,60€
Coleção: documenta poetica
Ver primeiras páginas
SOBRE O AUTOR
António Maria Lisboa
Nasceu em Lisboa no dia 1 de agosto de 1928 e frequentou o Ensino Técnico. Amigo de Mário Cesariny, com ele escreveu "Afixação Proibida", um importante manifesto do Surrealismo português que inicia este movimento em Portugal. Apesar de inserida no Surrealismo, a obra de António Maria Lisboa caracteriza-se por uma faceta ocultista e esotérica que a torna muito particular. Morreu de tuberculose com apenas 25 anos, mas a sua obra não deixa de ser um marco na literatura portuguesa. Durante a sua curta vida, António Maria Lisboa acreditou sempre no Surrealismo como liberdade e poesia totais, como se pode depreender da sua escrita.