"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Publicações

Quem foi o Duende de Madrid?

Quem foi o Duende de Madrid, o precursor do jornalismo satírico espanhol que, no século XVIII, enfureceu a coroa espanhola?


Criou e distribuiu clandestinamente, em Espanha, entre 1735 e 1736, um dos primeiros jornais satíricos periódicos conhecidos, atacou sem piedade a coroa espanhola, através dos seus textos, e deixou o rei espanhol Filipe V e a rainha consorte Isabel Farnésio à beira de um ataque de nervos. Quem foi, afinal, Frei Manuel de S. José, O Duende de Madrid? Um revolucionário? Um traidor? Um espião? Porque é que, sendo português, é, ainda hoje, praticamente ignorado em Portugal? O que aconteceu a esta figura envolta em mistério e drama depois de ter sido descoberta pela armada espanhola? Algumas respostas a estas e outras perguntas podem ser encontradas em Frei Manuel de S. José, O Duende de Madrid, livro do historiador e sociólogo José Barreto, que chega à rede livreira nacional com a chancela da Guerra e Paz Editores. A obra também estará disponível através do site da editora. 

No segundo quartel do século XVII, um misterioso escritor satírico conseguiu, com um semanário manuscrito distribuído clandestinamente em Madrid, pôr durante seis meses o governo espanhol, no tempo do rei Filipe V e da rainha consorte Isabel Farnésio, à beira de um ataque de nervos. O jornal El Duende, epíteto que virou pseudónimo do autor, atacava sem piedade as mais altas figuras da governação e o próprio monarca. Durante meses, tudo se tentou para o apanhar e, após uma denúncia de suspeita, verificaram com surpresa que se poderia tratar de Frei Manuel de S. José, um frade carmelita descalço português.
 
Três séculos depois, o historiador e sociólogo José Barreto apresenta-nos a figura extraordinária do Duende de Madrid, alegadamente, um espião enviado para a capital espanhola pelo rei D. João V para tentar criar uma opinião pública de oposição ao rei espanhol vigente. O «agente» viria a ser ordenado frade em território espanhol e a escrever o seu nome na história como precursor do jornalismo satírico-político espanhol.
 
Uma preciosidade histórica, Frei Manuel de S. José, O Duende de Madrid, traz à luz uma biografia vivíssima de Frei Manuel de S. José, até aqui envolta em mistério. O livro inclui uma análise crítica do texto, também aqui incluído e com tradução de Maria José Batista, História da Vida, Prisão e Fuga do Duende de Madrid: um relato setecentista que terá sido redigido pelo próprio Frei, ou por alguém que lhe tenha sido próximo.
 
No livro, descobrimos as suas origens, o seu nome de batismo – Manuel Ferreira de Carvalho –, que havia sido soldado na Guerra de Sucessão da Coroa Espanhola (1701-1714) e mais tarde um dos presos políticos na Bastilha. Adiante, José Barreto descreve como se tornou, o biografado, espião do rei português D. João V, cuja filha, a princesa Bárbara de Bragança, seria dali a uns anos a rainha consorte de Espanha, sucedendo à intratável Farnésio.
 
Ainda assim, as questões somam-se e só a leitura deste livro as poderá dissipar: porque se fez religioso em Espanha? Que destino teve o frade após a sua fuga para Portugal e o exílio secreto em Itália? Como foram os anos finais da sua vida? Onde e quando morreu? Factos para conferir em  Frei Manuel de S. José, O Duende de Madrid. Uma edição Guerra e Paz Editores. 
 
Frei Manuel de S. José, O Duende de Madrid
José Barreto
Não-Ficção / História
176 páginas · 15x23· 16,00 €
Nas livrarias a 22 de fevereiro
Guerra e Paz, Editores
Agenda
Ver mais eventos
Visitas
100,443,445