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Igreja Matriz de Castro Verde proposta para património nacional
A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) quer propor ao Governo a reclassificação para a categoria de monumento nacional da igreja matriz da vila de Castro Verde.
Segundo o anúncio publicado em Diário da República, a DGPC refere que tem intenção de propor à secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural a reclassificação para monumento nacional e a alteração da designação da igreja para Basílica Real de Castro Verde.
A decisão acaba de ser confirmada à Câmara Municipal pela DGPC que, através da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, deu parecer favorável ao projeto de decisão submetido pela Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCA), visando a reclassificação daquele que é o mais icónico monumento religioso do concelho de Castro Verde.
O Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, António José Brito, considera que este é "É um momento que engrandece Castro Verde e a sua população, mas também representa um ato de justiça para com o mais importante monumento do concelho, que orgulha todos os castrenses", refere o presidente do município, António José Brito, citado numa nota enviada à Renascença.
Para o autarca, “a rica história do monumento e o seu estreito vínculo à fundação da nacionalidade, há muito tempo que mereciam esta importante decisão”, sublinha o autarca que destaca o trabalho que tem sido feito desde 2017, que “juntou visões semelhantes e construtivas” entre município e paróquia local.
Por outro lado, é evidenciado também o papel do Governo, através da Direção Regional de Cultura do Alentejo, e da Somincor, “enquanto mecenas e empresa com notória responsabilidade social”.
O projeto de decisão encontra-se, neste momento, em processo de Consulta Pública durante 30 dias úteis, no site da Direção Geral do Património Cultural, www.patrimoniocultural.gov.pt, podendo as observações dos interessados ser apresentadas à DRCA até ao próximo dia 25 de março.
Um “tesouro” no coração do Alentejo
Templo majestoso, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, mais conhecida por Basílica Real, marca de forma bem visível o núcleo urbano da vila.
O seu interior é coberto por painéis de azulejos do século XVIII que retratam a Batalha de Ourique, episódio lendário ligado à fundação de Portugal.
O título foi concedido por D. João V, em homenagem à vitória do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, sobre os cinco reis mouros, ocorrida no dia 25 de julho, dia de São Tiago, em 1139.
Na Basílica Real de Castro Verde é possível, também, visitar o seu tesouro, no núcleo museológico de arte sacra. Ali, podem ser apreciadas algumas das alfaias religiosas mais importantes do concelho, provenientes de várias paróquias.
A cabeça-relicário de São Fabião, de Casével, obra-prima da ourivesaria românica peninsular (século XIII), a imagem flamenga de Santa Bárbara, de Entradas (século XV), e um Crucifixo indo-português do século XVII, também desta vila, além da Custódia da própria igreja, são alguns dos tesouros que é possível conhecer.
por Maria João Costa in Renascença | 11 de fevereiro de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença