Notícias
Obras-primas da sétima arte evocam extinto Estúdio Apolo 70
Polonsky, Eisenstein, Orson Welles e Spielberg são alguns dos realizadores que marcam presença neste ciclo de cinema que decorre entre fevereiro e abril, na Casa das Imagens Lauro António.
Uma criteriosa escolha de obras-primas mundiais estreadas numa das principais salas de cinema portuguesas, o extinto Estúdio Apolo 70 (Lisboa), dá origem a um ciclo de cinema a exibir na Casa das Imagens Lauro António, em Setúbal, nos meses de fevereiro e abril.
Organizada pela Câmara Municipal de Setúbal por ocasião dos 50 anos da inauguração do Estúdio Apolo 70, a iniciativa vai apresentar, aos sábados à tarde, perto de uma dezena de filmes que se estrearam em Portugal, na sala reconhecida pelo seu ambiente e qualidade da programação apresentada.
“Com capacidade para 300 espetadores, o Estúdio Apolo 70, localizado na Avenida Júlio Dinis, em Lisboa, no interior do centro comercial Apolo 70, foi programado pelo cineasta e crítico Lauro António, desde a inauguração, a 26 de maio de 1971, até meados dos anos de 1980”, refere o município sadino, numa nota enviada à Renascença.
Além da programação cinematográfica, a Casa das Imagens Lauro António – Biblioteca, Mediateca e Arquivo acolhe, até 2 abril, a exposição intimista “Sala-Estúdio Apolo 70”, com parte da coleção particular de Lauro António.
Entre as várias peças expostas, contam-se documentos, cartazes, fotografias e bilhetes de cinema. A mostra, que tem entrada livre, pode ser visitada de segunda-feira a sábado.
Polonsky, Eisenstein e Orson Welles entre os realizadores escolhidos
Com a presença do realizador Lauro António, o ciclo de cinema abre no dia 12 de fevereiro, com a apresentação do filme “O Vale do Fugitivo”, de Abraham Polonsky.
Trata-se do “western escolhido para a inauguração da sala lisboeta, marcado pela polémica por ser uma metáfora da guerra do Vietname”, lembra a autarquia setubalense.
Realizado por Polonsky em 1969, com interpretação de Robert Redford, Susan Clark, Katherine Ross e Robert Blake, o filme marcou o inicio de uma nova era para o cinema em Portugal, marcada pela qualidade cinematográfica, proveniente, quer dos estúdios norte-americanos, quer de outros países.
Segue-se, a 19 de fevereiro, “Ivan, O Terrível”, uma das obras-primas da história do cinema soviético, de Serguei Eisenstein e, uma semana depois, no dia 26, o filme “Jerry 8¾”, de Jerry Lewis.
“Entre março e abril, são exibidos outros cinco filmes que passaram pelo Apolo 70, que apostou no cinema de “intransigente qualidade” e com liberdade de ação da parte da Filmes Lusomundo, a entidade que explorava a sala”, indica a câmara.
“História Imortal”, de Orson Welles, “A Grande Ilusão”, de Jean Renoir, “A Promessa”, de António de Macedo, e “Um Assassino pelas Costas”, de Steven Spielberg, são apresentados, respetivamente, nos dias 5, 12, 19 e 26 de março.
O evento encerra a 2 de abril com “American Graffiti: Nova Geração”, de George Lucas, película que retrata a sociedade americana no início da década de 70.
Os mais novos também não são esquecidos. A organização programou para a manhã do dia 19 de fevereiro, uma sessão dedicada ao público infantojuvenil, exibindo “Os Contos de Beatrix Potter”, de Reginald Mills.
A entrada é gratuita, mas sujeita a limite máximo de participantes. As reservas antecipadas devem ser feitas pelo telefone 969 754 116 ou pelo endereço de correio eletrónico casadasimagens@mun-setubal.pt.
por Rosário Silva in Renascença | 28 de janeiro de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença