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"Mato seco em chamas" de Joana Pimenta e Adirley Queirós selecionado para a secção Forum da Berlinale 2022
O filme "Mato seco em chamas" terá a sua estreia na secção Forum da 72ª edição da Berlinale em fevereiro 2022.
Fruto da realização conjunta entre o brasileiro Adirley Queirós e a portuguesa Joana Pimenta, o filme "Mato seco em chamas" trabalha entre as realidades das vidas de Léa, Chitara e Andreia na Ceilândia, periferia de Brasília, e o seu negócio de venda de petróleo, encontrado em oleodutos sob a cidade. Num momento em que o Brasil atravessa mudanças dramáticas no seu cenário político, o filme procura responder à questão e ao slogan nacional: e se o petróleo fosse mesmo nosso?
Os realizadores trabalham em conjunto desde 2017, nomeadamente desde "Era uma vez Brasília", em que Joana Pimenta foi a diretora de fotografia deste filme realizado por Adirley Queirós e, além de "Mato Seco em Chamas", a dupla está a trabalhar numa nova curta-metragem ainda em produção intitulada "Rádio Coração".
"Mato Seco em Chamas" é uma produção da 5 da Norte e da Terratreme Filmes.
MATO SECO EM CHAMAS
SINOPSE
“Tava lembrando aqui da época… Que eu me envolvi ai com uma fita louca com a minha irmã, a Chitara. Minha irmã fez história.., Minha irmã fez história naquele Sol Nascente. Me lembro que foi na época de 2019. Eu tinha acabado de sair da cadeia numa sentença ai, de tráfico de drogas ai. Minha irmã foi e me chamou pra entrar numa fita doida ai, com ela ai, que ela estava envolvida. Ela tipo conseguiu um mapa ai, de um bagulho de uns dutos de petróleo que passava de baixo da terra. Ela pegou e tipo comprou um lote lá no Sol Nascente, e justamente debaixo desse lote que ela comprou passava esses dutos de petróleo. Ela começou a fazer muito dinheiro com isso aí. Ela, Andreia, a China… Pegaram e fizeram muito dinheiro. E eu fui e entrei nessa parada com ela aí. Ela me levou nesse lote lá, uma estrutura enorme que ela fez. Estrutura enorme, coisa de louco mesmo 1000 grau. E ela pegou e me apresentou lá o tramite todinho lá como que era que fazia par tirar o petróleo, e fazer o petróleo virar gasolina e o caralho de asa lá. E ela pegou, e já montou um bagulho lá com os motoboys que os motoboys compravam a gasolina com ela. E fora os motoboys, Chitara ainda tinha na feira lá do P.Norte lá, moço, uma estrutura lá, também de vender a gasolina dela. E vários outros bagulho, Chitara também mexia com negócio de política... Ela fez história… E a gente botou, foi pra fuder naquele Sol Nascente lá. Botou foi pra fuder mesmo.”
Léa conta a história das Gasolineiras de Kebradas, tal como ecoa pelas paredes da Colméia, a Prisão Femenina de Brasília, Distrito Federal, Brasil.