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A memória do Hospital Termal das Caldas da Rainha em exposição fotográfica
Até 4 de janeiro, a exposição “E Agora?” mostra imagens que contam a história de abandono a que esteve votado o conjunto de edifícios do Hospital Termal das Caldas da Rainha. Hoje há um projeto para transformar os edifícios em unidade hoteleira.
João Mota da Costa é médico cirurgião plástico, de profissão e um amante da fotografia. Entre 2017 e 2018 fotografou, em sucessivas idas às Caldas da Rainha os edifícios dos Pavilhões do Parque D. Carlos I, construídos no final do século XIX, por Rodrigo Berquó e pensados para acolher o Hospital Termal das Caldas.
Os 7 pavilhões estiveram destinados a receber as enfermarias do Hospital Termal da cidade, mas tal nunca aconteceu. Tiveram sucessivas ocupações e viveram uma história de abandono. O médico fotografo registou esse abandono em fotografia.
O resultado está agora em exposição até 4 de janeiro, no espaço Concas, do Centro de Artes das Caldas da Rainha. Em comunicado, a organização explica que “João Mota da Costa desenvolve trabalho autoral, ao longo dos anos, na área da fotografia” e “conta com várias exposições a título individual”.
Esta nova mostra “retrata o ciclo de decadência dos Pavilhões do Parque D. Carlos I”. No interior dos pavilhões que chegaram a albergar “uma biblioteca, uma escola, uma esquadra da polícia, um quartel militar e até a redação de um jornal”, são retratadas imagens de acumulação de lixo e abandono.
“E agora?” é uma exposição que reúne fotografias que “mostram um local amplo, repleto de luz, onde os seus residentes habituais são pombos. Pelo que a obra deixa no ar um conjunto de questões: “A que nova existência se vai prestar o espaço?”; “Chegará a ser reabilitado?”; “Terá novas funções, para o qual não foi concebido?”.
Em 2016, ao abrigo do programa de reabilitação de património para fins turísticos (REVIVE), e com a integração na lista de edifícios históricos, já sob a tutela da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, o edifício recebeu a indicação para a sua reconversão.
Foram investidos 12 milhões de euros na sua recuperação, com vista à instalação de um hotel, cuja concessão foi entregue, por 48 anos, ao Grupo Visabeira.
Em declarações recentes à agência Lusa, o autarca das Caldas da Rainha, Fernando Tinta Ferreira referia que “o projeto foi aprovado na generalidade e já tem quase todos os pareceres favoráveis”.
Está previsto que a obra de transformação destes pavilhões emblemáticos das Caldas da Rainha num hotel de cinco estrelas esteja concluída no verão de 2023, estima a autarquia local.
O hotel que se deverá chamar “Montebelo Bordallo Pinheiro, contará com mais de uma centena de quartos e deverá ocupar uma área de mais de 15 mil metros quadrados. Prevê, entre outras coisas, a construção de um edifício multiusos no espaço onde outrora existiu uma sala de cinema.
por Maria João Costa, in Renascença | 24 de dezembro de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença