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Cinemateca Portuguesa programa ciclo de filmes com música de Bernardo Sassetti
Em janeiro serão vistos onze filmes, como Alice ou O milagre segundo Salomé, musicados pelo pianista que morreu há dez anos.
A Cinemateca Portuguesa exibirá em janeiro, em Lisboa, cerca de uma dezena de filmes portugueses com banda sonora de Bernardo Sassetti, recordando o percurso do pianista de “íntima relação entre a música e a imagem”.
“Nenhum outro compositor português conta com uma tão ampla quantidade de bandas sonoras no currículo, marcando um percurso de íntima relação entre a música e a imagem, cuja paixão terá mesmo começado na Cinemateca”, lê-se na programação de janeiro divulgada na segunda-feira.
O ciclo “Bernardo Sassetti — A música como ficção começará a 13 de janeiro com Alice (2005), primeira longa-metragem de Marco Martins, e “cujo sucesso esteve muito ligado à sua banda sonora”, composta e interpretada por Sassetti, acompanhado por Rui Rosa (clarinete) e Yuri Daniel (contrabaixo).
A sessão de abertura contará com a presença de Marco Martins, da atriz Beatriz Batarda — protagonista de Alice — e da diretora artística da Casa Bernardo Sassetti, Inês Laginha.
Até ao final de janeiro serão exibidos outros onze filmes, nomeadamente uma segunda colaboração com Marco Martins, em Como desenhar um círculo perfeito (2009), e ainda duas obras de Mário Barroso, com apresentação deste na Cinemateca: O milagre segundo Salomé (2004) e Um amor de perdição (2008).
Haverá ainda, por exemplo, Quaresma (2003), o último filme de José Álvaro de Morais, A costa dos murmúrios (2004), de Margarida Cardoso, e a curta-metragem Um dia frio (2009), de Cláudia Varejão. O ciclo encerrará com Maria do Mar (1930), filme mudo de Leitão de Barros para o qual Bernardo Sassetti compôs uma nova partitura, por ocasião do restauro da obra clássica do cinema português, em 2000.
Este programa servirá de homenagem a Bernardo Sassetti, uma década depois da morte do pianista, em maio de 2012, aos 41 anos. Ainda em 2012 foi criada a associação cultural Casa Bernardo Sassetti, com o objetivo de preservar e divulgar o espólio do artista, que atravessa a música e a fotografia.
Em declarações recentes à agência Lusa, a directora artística, Inês Laginha, explicou que o espólio está já praticamente inventariado, catalogado, registado, digitalizado e preservado, contando com partituras, gravações, fotografias, filmes e outros documentos.
Nos dois últimos anos aconteceram alguns eventos de homenagem ao pianista — que teria feito 50 anos em 2020 —, como a edição em álbum do espetáculo Menina do Mar, que Sassetti fez com Beatriz Batarda, em 2011, e um recital no centro de artes de Belgais (Castelo Branco), com vários pianistas, entre os quais Maria João Pires, Mário Laginha e Filipe Melo.
Na semana passada, foi editado em álbum o concerto que o Trio Bernardo Sassetti (Sassetti, Alexandre Frazão e Carlos Barretto) deu em 2007, na Culturgest, em Lisboa. Para assinalar a edição do álbum, o baterista Alexandre Frazão e o contrabaixista Carlos Barretto atuaram no dia 15, na mesma sala, acompanhados pelo pianista João Paulo Esteves da Silva.
por Lusa e Público | 21 de dezembro de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público