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O calor e a graça de Sharon Stone
Conquistou Hollywood, venceu a morte, após um AVC hemorrágico, e fintou, por duas vezes, um futuro que se adivinhava incerto e penoso. Sem medos, Sharon Stone apresenta, aos 63 anos, A Beleza de Viver Duas Vezes, uma autobiografia que revela o outro lado da diva norte-americana.
O caso da bofetada a Paul Verhoeven, realizador de Instinto Fatal, o comportamento discriminatório de Michael Douglas e de outras figuras do meio cinematográfico, a infância marcada pela violência física, psicológica e sexual. Episódios inquietantes contados de uma forma brutalmente honesta e repleta de humanismo. Um livro que homenageia a força das mulheres e que nos diz que nunca é tarde para enfrentar os fantasmas do passado e seguir em frente. Depois de conquistar os leitores de língua inglesa, tornando-se num dos bestsellers do ano, A Beleza de Viver Duas Vezes é editado em Portugal, com a chancela da Guerra e Paz. Chega à rede livreira nacional no dia 7 de setembro, mas poderá ser encontrado, desde já, na 91ª Feira do Livro de Lisboa.
Um raro caso de beleza, talento e determinação, Sharon Stone nasceu no seio de uma família problemática e fintou um futuro que se adivinhava incerto e penoso, acabando por conquistar Hollywood. A atriz norte-americana foi nomeada para um Óscar de melhor atriz e ganhou um Globo de Ouro com Casino, em 1996, mas foi com Instinto Fatal, em 1992, que ficou mundialmente conhecida.
Em A Beleza de Viver Duas Vezes, a sua autobiografia que agora chega a Portugal, conta como passou de uma infância traumática e violenta para uma carreira numa indústria onde acabou por encontrar o mesmo tipo de problemas, mas disfarçados pelo dinheiro e o glamour. Fala-nos das grandes concretizações, mas também das maiores deceções da sua vida, e faz revelações chocantes sobre os bastidores da indústria cinematográfica. Conta como foi enganada pelo realizador Paul Verhoeven no célebre cruzar de pernas e o esbofeteou quando viu Instinto Fatal. Explica ainda o porquê de, mesmo assim, ter acabado por autorizar as imagens e destaca que o seu nome nem sequer apareceu no cartaz do famoso filme junto ao de Michael Douglas.
«[…] numa sala cheia de agentes e advogados, a maior parte sem qualquer relação com o projeto. Foi assim que assisti pela primeira vez à cena da minha vagina, muito depois de me terem dito: Não se vê nada, é só preciso que tires as cuecas porque o branco reflete a luz, o que faz com que se vejam as cuecas. Sim, já muito se escreveu sobre este tema, mas tendo em conta que a vagina em questão é a minha, deixem-me que vos diga: todas essas opiniões são treta.»
Mas os espinhos do mar de rosas no qual parecia viver não se ficaram pelos dramas familiares e pelas contrariedades profissionais. Em 2001, a saúde, a carreira, a família, a fortuna e a fama de Sharon Stone desabaram como um castelo de cartas. Um AVC hemorrágico obrigou-a a lutar contra a morte. As possibilidades de recuperação eram escassas, mas esta foi mais uma das vitórias de Sharon Stone.
No livro, conta-nos, na primeira pessoa, o lento caminho de recuperação e como reconstruiu a vida. Num meio que não aceita o fracasso, Stone encontrou forças para voltar, coragem para falar e vontade de fazer a diferença na vida de homens, mulheres e crianças em todo o mundo. Pela segunda vez, evitou os prenúncios de um futuro penoso e passou ainda por uma profunda reflexão que lhe permitiu fazer as pazes com o passado e reinventar-se para uma segunda vida que afirma ter começado. Hoje a atriz descreve a força e o propósito que encontrou nos filhos e nas causas humanitárias a que se dedica.
A Beleza de Viver Duas Vezes conquistou os leitores de língua inglesa aquando da sua publicação, em março, tornando-se num dos bestsellers deste ano. Foi destacado pelo New York Times, considerado «eletrizante» pelo The Sunday Times e eleito «Um dos Melhores livros para ler em 2021» pela revista Vogue. Sobre ele, Charles Arrowsmith, do jornal The Washington Post, disse: «Embora contenha revelações pessoais surpreendentes, é comovente o calor e a graça de Stone.» Já o The Times sugeriu a leitura deste «relato magnífico, imprevisível, cru… É engraçado; é chocante; é bom.»
A obra chega agora a Portugal, numa edição Guerra e Paz, traduzida por André Morgado.
A Beleza de Viver Duas Vezes
Sharon Stone
Não-Ficção/Memórias
240 páginas · 15x23 · 18,00 €
Nas livrarias a 7 de setembro
Guerra e Paz, Editores