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Grupo Saudade Perpétua quer reversão da reconfiguração do Museu Romântico do Porto
Falando numa intervenção “radical”, o grupo apela à reversão do “erro cometido” e à não dispersão do espólio para que o Porto volte a ter “um verdadeiro” Museu Romântico.
O Grupo Saudade Perpétua considerou que a reconfiguração do Museu Romântico criou um “vazio e empobreceu” o Porto e apelou, numa carta aberta ao presidente da câmara, o independente Rui Moreira, à reversão do “erro cometido”.
Na missiva, o Saudade Perpétua, fundado em 2011 para promover a partilha de conhecimento sobre a dimensão histórica, artística e cultural do Romantismo em Portugal, entendeu que o museu como espaço de recriação de ambientes oitocentistas “desapareceu literalmente”.
Esta posição do Saudade Perpétua não é única, estando em curso uma petição pela reposição do espólio do Museu Romântico do Porto, já com mais de 3.178 subscritores, que considera a sua reconfiguração “uma violação patrimonial”, acusando a autarquia de, “com orgulho”, “desfazer” o antigo museu. Já em declarações à Lusa, Rui Moreira, responsável pelo pelouro da Cultura, defendeu que “nada foi destruído” e rejeitou as críticas sobre a ausência de preocupações patrimoniais.
A Extensão do Romantismo do Museu da Cidade do Porto, antigo Museu Romântico, reabriu portas em 28 de agosto, com o Herbário de Júlio Dinis, numa homenagem ao escritor portuense, este ano figura central da Feira do Livro, tendo desde então estado no centro da polémica.
“O Museu Romântico da Quinta da Macieirinha era um espaço museológico que fazia todo o sentido no contexto da cidade e do país e a sua reformulação criou um vazio e empobreceu o Porto”, ressalvou o Grupo Saudade Perpétua. Falando numa intervenção “radical”, o grupo apela à reversão do “erro cometido” e à não dispersão do espólio para que o Porto volte a ter “um verdadeiro” Museu Romântico.
Na sua opinião, o espaço museológico transformou-se num “espaço performativo” remetendo para um discurso contemporâneo sem debate nem diálogo com eixos oitocentistas. “O palacete da Quinta da Macieirinha agora, apenas pontualmente, apresenta referentes românticos, como se de um exotismo se tratasse, sobrepondo-se-lhe um espetáculo contemporâneo somente com ligeiras reminiscências oitocentistas”, concluiu o Saudade Perpétua.
por Lusa e Público | 5 de setembro de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público