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Festivais, o possível regresso ao velho normal

Apesar da pandemia, não faltará música ao vivo e ao ar livre no mês de agosto, em diversos festivais que, entre novidades, adaptações e reagendamentos prometem animar o verão de norte a sul do país.

O português Pedro Moreira e Sax Ensemble atuam a 5 de agosto no Jazz em Agosto


E de repente fez-se música, assim se poderia resumir a agenda de festivais em agosto, naquele que é um claro exemplo da capacidade de resiliência e, até, de "desenrascanço" da indústria dos concertos em Portugal. Apesar da pandemia e das restrições daí decorrentes, não faltará animação por aí, sempre de acordo com as regras sanitárias vigentes, porque a cultura não só não pode parar, como quer demonstrar uma vez mais o quanto é segura. Ainda não será um regresso ao velho normal, como se comprova pelo adiamento, por mais um ano, dos principais festivais de verão nacionais, mas que já dá um ambiente de uma certa normalidade, lá isso dá. Como aliás se comprova pela preenchida agenda de festivais em agosto, com propostas para todos os gostos.

Jazz em Agosto

Agosto, já se sabe, é mês de jazz, e a junção destas duas palavras remete de imediato para o histórico festival Jazz em Agosto, que há mais de três décadas funciona como um selo de garantia para os fãs deste género musical. Este ano porém, e ao contrário do habitual, não se realiza no tradicional palco dos Jardins da Fundação Gulbenkian, que estão em obras, mas sim no Grande Auditório, que apesar de ser um espaço fechado cumprirá todas as regras sanitárias. O que se mantém inalterável é a qualidade do cartaz. Arranca hoje, com o português Luís Vincente e os americanos Broken Shadows, prolongando-se até ao dia 8 de agosto, com a presença de alguns nomes grandes do jazz nacional e internacional, como a dupla alemã Ignaz Schick & Oliver Steidle e os luso-germânicos Ikizukuri (31 jul), do português João Pedro Branco e do supergrupo escandinavo Fire! (1 ago), do português Pedro Moreira e respetivo Sax Ensemble (5 ago), do português Gabriel Ferrandini e do quarteto do americano James Brandon Lewis (6 ago), da austríaca Katharina Ernst e dos portugueses Anthropic Neglect (7 ago) ou do português João Lobo e dos italianos Roots Magic (8 ago).

Fundação Gulbenkian, Lisboa. 30 jul a 8 ago, 18h e 20h. €5 a €10 e 25€ a 65€ (passes)

Loulé Jazz

Devido à pandemia, o festival deixou cair o Internacional do nome e virou-se este ano para dentro, apresentando um cartaz cem por cento nacional que pretende ser uma celebração da vitalidade do jazz português, a viver um dos melhores momentos da sua história e assim poderá contentar no futuro, como já revelou o diretor artístico Mário Laginha. O pontapé de saída foi dado já ontem com a atuação do Zé Eduardo Trio e do Trio João Frade, continuando hoje com o Sax Ensemble de Pedro Moreira e o concerto de Maria João com o Quarteto de Carlos Bica. Amanhã sobe ao palco o Trio de Miguel Meirinhos e o Eduardo cardinho Quinteto. No domingo toca o Bernardo Moreira Sexteto, que apresenta o recém-editado trabalho Entre Paredes, dedicado a Carlos Paredes, e o Trio de Jazz de Loulé. Mesmo assim, não faltarão estrelas internacionais no cartaz, como é o caso do lendário saxofonista espanhol Jorge Pardo, antigo companheiro de nomes como Paco de Lucia ou Chick Corea, convidado do Trio João Frade, ou do saxofonista inglês Julian Arguelles, que vai participar no concerto do Trio de Jazz de Loulé.

Cerca do Convento do Espírito Santo, Loulé. 29 jul a 1 ago, 20h30. €12,5

Porto Blues Fest

Começa já a ser uma tradição nesta altura do ano, ouvirem-se blues nos Jardins do Palácio de Cristal, tal como vai voltar a acontecer já este fim de semana, depois de um ano de ausência forçada, devido à pandemia. Amanhã, o dia abre com os portugueses Dog"s Bollocks, seguindo-se o supergrupo Guitar Fest Summit, um projeto com curadoria de Budda Guedes, de homenagem aos melhores guitarristas de blues portugueses, que além do próprio Budda, conta com a participação de João Cabeleira (Xutos & Pontapés), Frankie Chavez e Vítor Bacalhau. Nesta primeira noite sobem ainda ao palco os também portugueses Delta Blues Riders, mas neste caso acompanhados de uma convidada muito especial, a cantora e compositora norte-americana Trudy Lynn, já por cinco vezes nomeada para os Blues Music Award. Para domingo estão guardadas duas das propostas mais fortes desta edição: Kiko & The Blues Refugees e Budda Power Blues & Maria João, ambos com discos novos para apresentar.

Concha Acústica do Jardins do Palácio de Cristal, Porto. 31 jul e 1 ago, 17h. Livre

L'Agosto

Anunciado como "o festival do melhor marisco nacional", numa alusão à tradicional excelência do cartaz musical, que tenta sempre fugir ao óbvio, apresentando mais uma vez alguns dos nomes mais importantes das sonoridades ditas mais alternativas em Portugal. Começa na quinta, 5, com as atuações de Lula Pena e Gator, the Alligator, continua na sexta com 10000 Rusos e Lena D"Água e termina sábado com Luís Severo e Sean Riley & The Slowriders.

Jardins Museu de Alberto Sampaio, Guimarães. 5 a 7 ago, 19h30. €10

Alcácer do Jazz

Inspirado, segundo a organização da Associação Sons da Lusofonia, pelas "várias culturas que se cruzaram e cruzam em Alcácer do Sal", este novo festival tem como objetivo celebrar a diversidade e para isso nada melhor que o fazer ao som do jazz. Assim e durante dois fins de semana, vão passar pela vila alentejana alguns dos maiores nomes do jazz nacional, como o trio de Mário Laginha (6), o quinteto de Carlos Martins (7), Marta Hugon (8), o quinteto de Beatriz Nunes (12), Maria João Ogre Electric (13), Salvador Sobral (14) e o Barradas-Toscano-Pereira Trio (15). Em paralelo com os concertos, haverá também debates sobre temas como "Música e Cultura Mediterrânea" ou a "Matemática e Jazz" e ainda a iniciativa "Jazz nas Filarmónicas", que pretende trazer os jovens da música de Banda para o mundo da improvisação.

Praça Pedro Nunes, Alcácer do Sal. 6 a 15 ago 21h. Livre

Noites de Verão

Já com mais de uma década de existência, este ciclo de concertos organizado pela associação cultural Filho Único e pela EGEAC é desde há muito um marco do verão lisboeta, em especial pela originalidade dos cartazes apresentados, sempre assumidos como uma espécie de resistência contra o óbvio. Como habitualmente, o palco principal será no Jardim das Esculturas do Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Chiado, por onde irão passar durante o mês de agosto, sempre ao sábado, propostas como o angolano Vum Vum (6), o português Polido (13), a russa Perila (20) e os portugueses Marte i Núpiter (27).

Museu do Chiado, Lisboa. 6 a 27 ago, 19h. Livre Música no Parque

Música no Parque

Inicialmente marcado para o final de julho, mas reagendado para um mês depois devido à pandemia, trata-se de um evento criado pelos mesmos promotores do Cool Jazz Fest, que replica com a prata da casa o mesmo espírito deste festival, também ele novamente adiado para 2022. Ao todo serão seis noites de concertos, de grande abrangência em termos de estilos musicais e sempre com a presença de um artista emergente seguido de um nome mais consagrado. São eles Pedro Mafama e Dino D"Santiago (19), Cláudia Pascoal e Fernando Daniel (20), Mimi Froes e Os Quatro e Meia (21), Filho da Mãe e Deixem o Pimba em Paz (26), Marco Rodrigues e Carminho (27) e para concluir Churky e Xutos e Pontapés (28).

Hipódromo Manuel Possolo, Cascais. 19 a 28 ago, 20h. €10 a €25

Figuras à Rampa

O Teatro das Figuras passa de palco interior a cenário exterior de concertos, juntando artistas nacionais consagrados a músicos emergentes do Algarve. Inicialmente marcado para julho e depois reagendado para os dois últimos fins de semana de agosto, vai receber no primeiro a dupla Galopim e banda do Filme Variações (19), Nandok e Tiago Bettencourt (20) e Infante e Neev (21), enquanto no segundo atuam The Mirandas e The Legendary Tigerman (26) e Catalina e Capitão Fausto (27).

Teatro das Figuras, Faro. 19 a 27 ago, 21h30. €10

Zigurfest

No ano em que cumpre uma década de existência, o festival está de regresso ao seu formato habitual, transformando durante quatro dias o centro histórico de Lamego num imenso palco para as sonoridades mais alternativas da música nacional. Do Teatro Ribeiro Conceição ao Castelo, do Museu à Alameda, haverá assim concertos, exposições, performances e encontros inéditos, como o cruzamento entre bateria e dança de João Valinho e Marta Viana, as explorações audiovisuais de Boris Chimp 504 e Folclore Impressionista (que estiveram na cidade a trabalhar num filme-concerto encomendado pelo festival) ou a música expansiva das Lantana e da Medusa Unit (também resultante de uma residência em Lamego).

Centro histórico de Lamego. 25 a 28 ago, vários horários. Livre

IKFEM

Depois de tantos meses com as fronteiras encerradas, assume ainda um maior simbolismo o regresso do International Keyboard Festival & Masterclass à eurocidade de Tui e Valença. Tendo como fio condutor os instrumentos de teclas (piano, fortepiano, órgão, concertina, cravo, acordeão, sanfona, keytar e piano eletrónico), esta nona edição divide-se entre ambas as margens do rio Minho, com unindo assim Portugal e Espanha através da música. O fadista Marco Rodrigues, o pianista Miguel Borges Coelho e o cantor João Afonso são alguns dos nomes presentes.

Jardim das Amoreiras, Valença, e Passeio Fluvial do Club de Remo, Tui. 18 a 22 ago, vários horários. €6


por Miguel Judas in Diário de Notícias | 30 de julho de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias

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