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Espólio de Almada Negreiros e Sarah Affonso entregue à Universidade Nova de Lisboa
O protocolo prevê a "constituição do Centro de Estudos e Documentação Almada Negreiros e Sarah Affonso, que funcionará na antiga capela do colégio Almada Negreiros, no campus de Campolide", da Universidade Nova de Lisboa.
O espólio de Almada Negreiros e Sarah Affonso vai ficar à guarda da Universidade Nova de Lisboa, onde será conservado e estudado, no âmbito de um protocolo assinado entre a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e as netas dos artistas.
"O espólio de Almada Negreiros e de Sarah Affonso foi hoje colocado à guarda da NOVA FCSH, onde será conservado, inventariado, digitalizado, organizado e estudado por investigadores do Instituto de História da Arte (IHA) e do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT)", lê-se num comunicado divulgado na quarta-feira, ao final da tarde, no site oficial da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova (FCSH NOVA).
O protocolo, que foi assinado pelo diretor da faculdade, Francisco Caramelo, e as netas dos artistas, prevê a "constituição do Centro de Estudos e Documentação Almada Negreiros e Sarah Affonso, que funcionará na antiga capela do colégio Almada Negreiros, no campus de Campolide", da Universidade Nova de Lisboa.
De acordo com a instituição, "do trabalho e estudo sobre o espólio poderão resultar múltiplos projetos de investigação, exposições e até edições, cuja realização ficará a cargo de um grupo de investigadores que responderá a uma comissão executiva e a uma comissão científica, com representantes da Nova FCSH e da família de Almada Negreiros e Sarah Affonso".
Este ano, a obra de Sarah Affonso está presente na exposição "Tudo o que eu quero", na Gulbenkian, dedicada a artistas portuguesas desde o início do século XX.
A obra de Almada Negreiros está também a ser estudada por investigadores liderados pelo Laboratório HERCULES, da Universidade de Évora, nomeadamente a sua obra mural, que inclui "cinco núcleos de pintura" em Lisboa, realizados entre 1938 e 1956, na antiga sede do Diário de Notícias, na Gare Marítima de Alcântara e na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos.
Almada Negreiros e Sarah Affonso são dois "nomes-chave" da arte portuguesa do século XX, e do modernismo, em particular, como indica a investigação mais recente, nomeadamente sobre a obra da pintora, durante anos deixada em segundo plano.
Sarah Affonso nasceu em 1899, em Lisboa, cidade onde morreu, em 1983. Estudou pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, onde foi discípula de Columbano Bordalo Pinheiro, e um dos seus derradeiros alunos. Da formação, manteve o gosto pelo retrato e pela encenação de uma certa intimidade. Da infância vivida em Viana do Castelo, ficou igualmente a inspiração na iconografia popular, que aplicou na pintura, no desenho, no bordado e na cerâmica.
Almada Negreiros nasceu a 07 de abril de 1893, em S. Tomé e Príncipe, e morreu a 15 de junho de 1970, em Lisboa, deixando uma vasta obra de pintura, desenho, teatro, dança, romance, poesia, conto, ensaio, livros manuscritos ilustrados, narrativa gráfica, pintura mural e artes gráficas, cuja produção se estendeu ao longo de mais de meio século.
Lusa / Renascença | 15 de julho de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença