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“1618” é o filme português mais premiado de sempre
Produzido pela Lightbox, com realização de Luís Ismael, o filme conta com a participação de Pedro Laginha, Catarina Lacerda, Francisco Beatriz, Mafalda Branqart, Heitor Lourenço, Pompeu José, entre outros.
Porto, 1618. Matos de Noronha, Visitador da Inquisição, dirige-se para a cidade, numa carruagem escoltada pela sua guarda. Muitos cristãos-novos são suspeitos de terem praticado heresias judaizantes. António Álvares, mercador e filantropo respeitado pelas gentes do Porto, é o alvo primeiro da Visitação. A fuga parece ser o seu único caminho.
As prisões arbitrárias instalam-se na cidade, num clima de delação, medo e sofrimento, pondo em causa a convivência salutar entre cristãos-velhos e cristãos-novos. Diogo Sousa, o Presidente do Tribunal da Relação, decide obstar a tantos abusos e ordena o cerco do Tribunal Eclesiástico, por guardas a cavalo. O Visitador, humilhado, viaja para Madrid para fazer queixa ao Rei D. Filipe.
Baseado em factos verídicos, o filme “1618” conquistou mais de 50 prémios internacionais em festivais de cinema, tornando-se o filme português mais premiado de sempre.
O filme ainda não tem data de estreia em Portugal, dada a pandemia em curso.
Com a participação de 1200 figurantes e uma fase de pós-produção que se estendeu ao longo de 14 meses, incluindo a elaboração de 150 planos com efeitos visuais, "1618" é uma das maiores produções cinematográficas realizadas em Portugal.
Produzido pela Lightbox, com realização de Luís Ismael, o filme conta com a participação de Pedro Laginha, Catarina Lacerda, Francisco Beatriz, Mafalda Branqart, Heitor Lourenço, Pompeu José, entre outros.
A jornalista Miriam Assor, autora do livro "Judeus Ilustres de Portugal", afirma que "o filme 1618 relata um caso, único no mundo, de resistência à Inquisição por parte das autoridades municipais, judiciárias e religiosas de uma cidade."
O historiador Jorge Martins explica que “a importância dos judeus do Porto ao longo dos séculos levou as autoridades locais, em sua defesa, a fazer frente ao inquisidor. Este filme é uma epopeia que faz jus ao resgate da memória dos judeus portugueses."
"1618" faz parte de um projecto inter-religioso e de combate ao antissemitismo entre a Comunidade Judaica do Porto (detentora dos direitos sobre o filme) e a Diocese católica do Porto.
Gabriela Cantergi, da Comunidade Judaica do Porto, afirma que "as receitas do filme em Portugal irão reverter para fins de solidariedade social, em parceria com a Diocese católica e com o Banco Alimentar."
“Após três séculos de inquisição, a comunidade judaica do Porto reapareceu. No final do século XIX e início do século XX, dezassete famílias ashkenazitas e uma família portuguesa devolveram o judaísmo à cidade. Hoje a comunidade é essencialmente sefardita, com cerca de 500 membros de 30 nacionalidades, restaurantes kosher, um museu do Holocausto e um museu judaico”, refere Cantergi.