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Romance de Flaubert que inventou o adultério, numa nova edição da Guerra e Paz
Lida, comentada e reverenciada, Madame Bovary de Gustave Flaubert é hoje uma obra do cânone literário ocidental.
A personagem principal que dá nome a este clássico é, hoje, colocada ao lado de Hamlet, Quixote ou Ulisses na galeria das grandes personagens da literatura universal, mas nem sempre foi assim. O romance, impiedoso na crítica aos costumes do século xix, gerou polémica aquando da sua publicação, porque, diziam os castos críticos, incitava ao adultério, o que fez com que o autor fosse inclusivamente chamado ao banco dos réus, acusado de atentado à moral. É tempo de a voltar a ler, mais de 150 anos depois, na nova edição da Guerra e Paz que chega à rede livreira nacional no próximo dia 6 de julho. Madame Bovary poderá ainda ser adquirida no site oficial da editora.
Ainda hoje, mais de um século depois de Madame Bovary ter sido oferecida ao mundo, milhões de Bovarys por essas cidades fora choram e desesperam como chorou e desesperou a heroína deste romance. Gustave Flaubert, o criador, apresenta-nos uma mulher burguesa do século XIX francês que procura no adultério a fuga a uma existência entediante.
Emma Bovary, vive permanentemente insatisfeita e atolada na mediocridade da vida quotidiana, entre um marido com poucas qualidades e uma solidão que a verga, idealizando o dia em que amará tão intensamente como as personagens dos romances que lê. De sonho em sonho, de esperança em esperança, Bovary segue um caminho incessante pela quimera que a levará à ruína final. Quem nunca foi nem um pouco Bovary?
Polémico, o romance quebrou tabus e teceu críticas impiedosas aos costumes e à sociedade da época e levou Flaubert a ser acusado judicialmente de atentado à moral e aos valores religiosos. O impacto e influência da obra foram de tal ordem, que acabaram por obliterar a restante obra do escritor francês.
Hoje, a obra é vista como uma lição de realismo e de estética e faz parte do cânone literário ocidental. Emma foi posta ao lado de Hamlet, Quixote ou Ulisses na galeria das grandes personagens da literatura universal. É, mais do que nunca, tempo de a ler e reler na nova edição da Guerra e Paz que dá a palavra ao escritor franco-checo, Milan Kundera, na contracapa:«Antes de Flaubert, a prosa nunca conseguira perder o estigma da inferioridade estética. Mas depois de Madame Bovary, a arte do romance passou a ser considerada igual à arte da poesia.»
Nesta nova edição de Madame Bovary, o leitor encontrará, além da obra integral, uma nota sobre a obra, o autor e a época e o ensaio sobre Madame Bovary do poeta francês Charles Baudelaire. Este é um livro da coleção Clássicos Guerra e Paz, disponível na rede livreira nacional e no site da editora.
Madame Bovary
Gustave Flaubert
Ficção / Literatura Estrangeira
352 páginas · 15x23 · 15,50 €