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Criação intemporal em nove dias de Jardins Efémeros

Mercados, instalações, conversas, serviços educativos ou a criação de uma escultura de grande escala pelo artista João Louro, são algumas das outras e inúmeras atividades que irão ocorrer em Viseu.

Deena Abdelwahed


Em 2019 houve uma pausa por falta de verbas e, em 2020, devido à pandemia, não se realizaram. Mas eis que, de 3 a 11 de julho, estão de regresso os Jardins Efémeros de Viseu. Será a nona edição de um acontecimento que, ao longo dos anos, se foi transformando num dos portos mais seguros para quem gosta de experiências artísticas desafiantes, estejam elas ancoradas na música, arte, cinema, arquitetura, teatro e dança ou em práticas que questionam noções de cidade e território, sempre em forte inter-relação com a comunidade.

Na edição deste ano, apesar de algumas adaptações devidas à pandemia, não será diferente. O centro histórico da cidade tem sido o seu habitat natural, mas desta feita a maioria dos espetáculos acontecerão no Parque Aquilino Ribeiro. Este sábado, atenções viradas para os espetáculos de Lyra Pramuk, americana a residir em Berlim, como outros nomes do cartaz, para a produtora e DJ tunisina Deena Abdelwahed ou para o piano de Marco Franco, autor do recente Arcos, ou ainda para a inauguração da instalação sonora imersiva de Pedro Rebelo nos claustros da Sé de Viseu.

Nos restantes dias não faltarão motivos de interesse. Entre eles o projeto sónico-ritual performativo de Nuno Veiga ou a eletrónica exploratória da portuguesa Bleid, ambos no domingo, ou a eletrónica performativa de Odete, na segunda-feira. No mesmo dia estreia-se um espetáculo-passeio pela cidade (Os Filhos de Abel), pelos alunos da escola superior de teatro e cinema, com coordenação de Patrícia Portela. A 6, no teatro Viriato, uma performance transdisciplinar a partir de uma ideia de Dasha Rush.

No dia 8, far-se-á ouvir a incrível música percussiva de João Pais Filipe, enquanto a 9 se dará a conhecer a folk inclassificável da americana Heather Leigh, ou o saxofone do norueguês Bendik Giske e o frenesim dos portugueses Sereia. A 10, Rui Reininho apresenta o seu mais recente álbum a solo, numa noite onde ainda se farão ouvir os Gala Drop ou a dupla luso-espanhola André Gonçalves e Suso Saiz, que tratarão de expor o resultado de uma semana de residência.

Mercados, instalações, conversas, serviços educativos ou a criação de uma escultura de grande escala pelo artista João Louro, são algumas das outras e inúmeras atividades que irão ocorrer em Viseu, numa organização da Associação Pausa Possível, que em boa hora interrompeu a paragem, fazendo regressar os Jardins Efémeros.


por Vítor Belanciano in Público | 2 de julho de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público

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