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Painéis de João Charters de Almeida e Silva da Fundação Cupertino Miranda vão ser restaurados
O emblemático edifício da Fundação Cupertino de Miranda de Vila Nova de Famalicão vai iniciar em julho as obras de restauro dos painéis de João Charters de Almeida e Silva que revestem o imóvel, numa intervenção histórica que pretende preservar este ícone da cidade e da região.
As obras de grande importância e complexidade foram anunciadas esta segunda-feira, pelos presidentes da Fundação Cupertino de Miranda, Pedro Álvares Ribeiro, e da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha, num trabalho de equipa e colaboração entre as duas instituições.
Beneficiando da oportunidade proporcionada pela execução das obras de reabilitação urbana, que decorrem no centro da cidade, onde se situa precisamente o edifício, a Fundação Cupertino Miranda decidiu avançar agora com esta intervenção de restauro.
“Há muito que desejávamos esta obra e que a vínhamos estudando e planeando, porque é uma obra necessária devido essencialmente ao desgaste natural dos painéis. Este é momento oportuno, tendo em conta as obras de renovação do centro da cidade, que irão tornar Famalicão numa cidade mais moderna, funcional e atrativa para os seus cidadãos e visitantes”, referiu o presidente da Fundação Cupertino de Miranda, Pedro Álvares Ribeiro. Segundo responsável a obra que deverá iniciar no próximo mês de julho terá uma duração de 7 meses, devendo estar concluída durante o primeiro trimestre de 2022.
“É um sonho que se concretiza e que nos enche de orgulho” afirmou o responsável.
Com um orçamento global na ordem de 300 mil euros, a obra contará com um apoio municipal de 150 mil euros, o que corresponde a 50 por cento do valor. Para a realização da intervenção, a Fundação Cupertino de Miranda conta com a empresa Signinum, uma das mais experientes em Portugal na área do restauro. Para apoio na análise e na seleção das melhores técnicas e materiais, contará com o apoio cientifico de responsáveis do Instituto Politécnico de Tomar e da Universidade de Aveiro.
Paulo Cunha salientou a importância desta obra para a cidade e para o território, destacando que “este é o momento oportuno para se avançar com esta intervenção. Toda esta zona envolvente está a ser intervencionada e com esta obra vamos conseguir revitalizar esta área central sabendo do peso que a Fundação Cupertino de Miranda tem aqui”.
“Queremos preservar este património cultural, valorizando o espaço exterior, para que este se transforme num cartão de visita ao espaço interior”, acrescentou o autarca.
Obra entusiasma Charters de Almeida
Entretanto, o artista autor da obra João Charters de Almeida e Silva já se mostrou entusiasmado com as obras de restauro. O artista nascido em Lisboa a 12 de julho de 1935, está representado em Museus, Fundações e Coleções particulares em Portugal e noutros países da Europa, USA, Brasil, Canadá e Japão. Tem trabalhos de grande escala em espaços públicos em Portugal, Bélgica, USA, Canadá e China.
A torre da Fundação, com 34 metros de altura, é revestida exteriormente, em toda a sua extensão, por quatro painéis de azulejos superiores, mais seis ao nível do piso do rés-do chão. Trata-se de um edifício emblemático tanto pelo seu revestimento azulejar, da autoria de Charters de Almeida (n. 1935), como pela estrutura helicoidal interior da torre com 10 pisos.
Cada painel tem uma alegoria diferente, que representam o intuito do Fundador: À Educação e às Artes; Conjugação dos esforços; O Homem e o Universo; Protecção. O edifício da Fundação Cupertino de Miranda foi inaugurado a 8 de dezembro de 1972.
Atualmente o edifício acolhe o Centro Português do Surrealismo inaugurado em 1 de junho de 2018, pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.