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Exposição "Alter(ação)" cruza a arte com diferentes áreas do conhecimento
A nova exposição da Fundação Eugénio de Almeida, que retrata questões da atualidade, já pode ser visitada no Centro de Arte e Cultura de Évora. “São questões para o futuro e o que este nos reserva”, explica a curadora Marta de Menezes.
Uma série de obras nacionais e internacionais sobre temas relacionados com “a biodiversidade, o colapso de civilizações, a evolução, a adaptação da sociedade ao seu ambiente e a ecologia”, compõem a nova exposição “Alter(ação)” patente em Évora, no Centro de Arte e Cultura (CAC) da Fundação Eugénio de Almeida (FEA).
Para retratar estas questões da atualidade, a curadora Marta de Menezes desafiou um grupo de artistas a participar com os seus trabalhos na criação de uma experiência expositiva que se pretende seja marcante.
“São questões para o futuro e o que este nos reserva”, justifica a bio-artista portuguesa, que aceitou o repto para pensar uma exposição que “inscreve as relações entre arte, ciência, ambiente e sociedade no âmago da arte contemporânea”, refere uma nota da FEA, enviada à Renascença.
Alan Tod e Olga Kisseleva, Amy Youngs, Andy Gracie, António Caramelo, Brandon Ballengé, Carla Rebelo, Erich Berger, Felipe Shibuya e Pedro Cruz, Ken Rinaldo, Robertina Sebjanic e Lena Ortega, e Victoria Vesna, são os artistas representados na mostra que quer funcionar como uma espécie de “sistema imunitário de um organismo vivo”, que se vai transformando “com o ver e o sentir dos visitantes”, sublinha a curadora.
“De alguma forma as peças que foram trazidas a esta experiência falam-nos de perspetivas heterogéneas, em meios artísticos diversos e com ligações a áreas variadas das ciências do ambiente, da biologia, da geologia e outras”, acrescenta a responsável pela curadoria.
São “saberes e experiências”, alicerçados em distintas áreas do conhecimento, onde “se consegue sentir e estabelecer um rendilhado multidimensional de relações, de contactos, de visões”, lê-se na brochura que serve de apresentação à exposição.
Para os visitantes, a curadora espera que “Alter(ação)” possa ser vivida como uma experiência onde se comunga “a paixão por compreender e valorar a complexidade do mundo que nos rodeia e das inter-relações entre seres que connosco coabitam o planeta.”
Em síntese, as obras expostas refletem, de acordo com a curadora, “os tempos em que vivemos, os constrangimentos que enfrentamos, a vontade de repensar o que o futuro nos pode trazer e como seremos capazes de o navegar para construir uma existência melhor.”
Marta de Menezes é licenciada em Belas Artes pela Universidade de Lisboa, mestre em História da Arte e Cultura Visual pela Universidade de Oxford, e doutoranda na Universidade de Leiden. Tem vindo a explorar a interseção entre Arte e Biologia, trabalhando em laboratórios de investigação e demonstrando que novas tecnologias biológicas podem ser usadas como um novo meio para a arte.
Em 1999, Menezes criou a sua primeira obra de arte biológica ao modificar os padrões das asas de borboletas vivas. Atualmente é a diretora artística do Ectopia, um laboratório de arte experimental, em Lisboa, e diretora da Cultivamos Cultura, no Sul de Portugal.
“Alter(ação)” tem entrada livre e pode ser visitada entre terça-feira e domingo. Este fim-de-semana há visitas guiadas com a curadora. No sábado, dia 22, às 15h00, 16h00 e 17h00, e no domingo, às 10h00, 11h00 e 12h00. São visitas de participação gratuita, mas com o limite de cinco pessoas por sessão, daí que seja necessária inscrição prévia, que deve ser feita no CAC.
por Rosário Silva in Renascença | 20 de maio de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença