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Igreja da Ordem da Trindade classificada monumento de interesse público

A Igreja foi edificada no século XIX, com projeto do arquiteto bracarense Carlos Amarante.


A Igreja da Ordem da Trindade, implantada no centro da cidade do Porto, foi edificada no século xix, segundo projeto do destacado arquiteto bracarense Carlos Amarante, que incluía igualmente o edifício original do hospital anexo. A fundação deste conjunto arquitetónico, integrada no processo de transformação da cidade medieval em cidade moderna, contribuiu para definir e consolidar uma nova centralidade na vivência urbana do Porto, mais tarde reconhecida pela instalação da própria sede do município na mesma praça.

A construção do templo prolongou-se por todo o século, com a nave a ser aberta ao culto no ano de 1841, 11 anos antes de se iniciar a obra da capela-mor, terminada em 1892, e de ser inaugurado o hospital. A imponente fachada granítica e a sóbria linguagem neoclássica do exterior conjugam-se com os retábulos de talha, entre os quais se destaca o retábulo-mor, assinado por Marques da Silva e datado já de 1903.

Apesar do longo processo construtivo, a igreja apresenta-se estilisticamente coerente, exemplificando, numa fusão muito característica da obra de Carlos Amarante, a transição entre o esplendor do barroco e o forte caráter funcional do neoclassicismo.

História
A Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade foi fundada em 1755 por bula do Papa Bento XIV. Até ao início do século XIX esteve instalada em diferentes igrejas da cidade do Porto, nomeadamente na Capela da Senhora da Batalha e na Igreja do Senhor do Calvário, até que no ano de 1802 a ordem comprou terrenos no sítio do Laranjal para aí edificar a nova igreja.

O projeto foi entregue em 1804 ao arquiteto Carlos Amarante, um dos grandes tracistas da arquitetura bracarense da segunda metade do século XVIII, começando a construção cinco anos depois, e no ano de 1815 iniciava-se a construção do espaço do hospital, em torno do templo. Efetivamente, o grandioso complexo dos Trinitários do Porto, ao mesmo tempo religioso e assistencial, prolongou-se por toda a centúria. A igreja só seria aberta ao culto no ano de 1841 com a bênção da nave, e o espaço da capela-mor era iniciado onze anos depois, no mesmo ano da inauguração do hospital.

A estrutura do templo ficaria definitivamente concluída em 1892, com a bênção da capela-mor, embora o retábulo tenha sido erguido já no início do século XX.

Os edifícios da Igreja e do Hospital da Trindade, que se congregam como um harmonioso complexo estrutural de assistência religiosa, concordante com a vocação auxiliadora da Ordem da Trindade, são exemplares da transição entre o esplendor do barroco e o forte caráter funcional do neoclassicismo, muito característica da obra de Carlos Amarante. Curiosamente, embora nunca tenha visto o seu projeto na Invicta concluído, o arquiteto está sepultado no interior da Igreja da Trindade.

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