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Roupão Azul de Ana Paula Jardim é a obra vencedora do Prémio Literário Glória de Sant'Anna 2021

O Grupo de Acção Cultural de Válega e os filhos de Glória de Sant'Anna anunciaram hoje, dia 12 de maio, a vencedora da 9.ª edição do Prémio Literário Glória de Sant’Anna, que desde 2012 premeia anualmente o melhor livro de poesia em língua portuguesa.


Ana Paula Jardim «cativou e surpreendeu» o júri do prémio com a sua obra de estreia
Roupão Azul, entre uma lista de oito finalistas onde constavam nomes como José Luís Peixoto e João Luís Barreto Guimarães. A autora irá receber o valor pecuniário de 3000 euros e uma gravura da poetisa homenageada pelo certame, da autoria de Rui Paes.

De título e assim vestido, Roupão Azul é feito e aconchega-se em memórias e saudade. Com uma linguagem poética que não teme a humildade das coisas concretas, Roupão Azul, obra de Ana Paula Jardim editada em Janeiro pela Guerra e Paz Editores, é a obra vencedora do Prémio Literário Glória de Sant’Anna 2021.

Segundo o comunicado da professora Otília Martins, em representação do grupo de jurados do galardão*, a obra escolhida «surpreendeu e cativou, pela voz, pela audácia, pela frescura da visão, pela limpidez da linguagem sem pretensões de inventar metáforas obscuras quando não arbitrárias».

Uma «autêntica revelação», confessa a jurada, «não como um primeiro livro de poesia, mas como uma indiscutível obra com peso próprio e uma visão nova, servida por uma linguagem firme, segura, magistralmente colada a uma prospecção impiedosa das relações humanas.»

Ana Paula Jardim que, após uma vida ligada à cultura e aos livros, se estreou, em Janeiro de 2021, com este Roupão Azul, recebeu esta inesperada distinção com «uma alegria profunda». A autora confessa que este prémio «tem um significado muito especial, porque dá voz e espaço a novos autores nesta área.» Uma amante de poesia que lamenta existirem «poucos leitores de poesia, vendem-se poucos livros, o que ainda realça mais o valor desta iniciativa.»

A autora agradeceu, ainda, ao escritor José Luís Peixoto, que prefacia Roupão Azul e que incentivou Ana Paula nesta viagem. «Sem ele, eu não estaria aqui». Curiosamente, Peixoto foi um dos oito finalistas desta edição do Prémio Literário Glória de Sant’Anna, com o seu livro Regresso a Casa.

Na lista figuram também Ascensão da Água, de Samuel F. Pimenta; Da Pele do Rosto / A Coisa do Tempo, de Francisco Guita Jr.; Movimento, de João Luís Barreto Guimarães; Obscura Anatólia, de José António Lozano; Para Não Dizer que Não Falei dos Equinócios, de Maria José Quintela.

Destacamos ainda a inclusão nesta lista de Observação da Gravidade, obra de estreia do jovem André Osório, que entusiasmou os leitores em Agosto de 2020. A obra editada pela Guerra e Paz Editores, procura uma ideia de biografia construída através de um movimento concêntrico, do exterior para o interior, o próprio tempo faz-se espaço e a gravidade que o fixa faz-se unidade e fragmento, dia e rotação.

Segundo a Grupo de Acção Cultural de Válega, do concelho de Ovar, que promove o galardão em colaboração com os filhos de Glória de Sant'Anna, poeta desaparecida em Junho de 2009, «a cerimónia de entrega do prémio não se realiza», devido às «exigências da pandemia». Será feito, em substituição, um vídeo, a publicar no dia 29 de Maio nas redes sociais dos organizadores, com as reacções a esta edição do Prémio.

A Guerra e Paz Editores felicita Ana Paula Jardim por esta merecida distinção que, acreditamos, lhe dará um importante impulso para o seu caminho literário. E felicita também André Osório, jovem poeta a quem auguramos um brilhante futuro.

*Esta 9.ª edição contou ainda com os jurados: Lassalete Borges, Ana Mafalda Leite, Otília Martins, Teresa Moure e Andrea Paes.

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