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Hélia Correia conquista Prémio Literário Guerra Junqueiro

Prémio vai ser entregue na terra natal do escritor durante a quinta edição do Festival Internacional de Literatura.

Foto: Mário Cruz/Lusa


A vila manuelina de Freixo de Espada à Cinta recebe, nos próximos dias 9 e 10 de julho, a quinta edição do Freixo Festival Internacional de Literatura (FFIL), um evento de referência cultural para a literatura em língua portuguesa.

A iniciativa, promovida em parceria pela Editorial Novembro e o Município de Freixo de Espada à Cinta premeia, este ano, a escritora Hélia Correia que, segundo a organização, “reflete a influência de Guerra Junqueiro, tanto na parte literária, na sua poesia e no discurso poético da sua obra, como nas convicções políticas que sempre o entusiasmaram”.

“O legado de Guerra Junqueiro é e continuará a ser uma fonte de inspiração para a formação de muitos poetas e escritores do século XX e XXI”, afirma Avelina Ferraz, da Editora Novembro, acrescentando que, “enquanto assim for, podemos celebrar em pleno a língua portuguesa”.

O galardão foi alargado, em 2020, à Lusofonia e no entender de Avelina Ferraz transformou-se, assim, em “um importante contributo para um movimento criador de uma união cultural lusófona e responsável”.

Em 2021, os agraciados com o Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia 2021 são: Albertino Bragança, de São Tomé e Príncipe, Vera Duarte Pina, de Cabo Verde, Abraão Bezerra Batista, do Brasil, Abdulai Sila da Guiné-Bissau, Luís Carlos Patraquim, de Moçambique, Agustín Nze Nfumu, da Guiné Equatorial, João Tala, de Angola e Xanana Gusmão, de Timor-Leste.

Para a presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, Maria do Céu Cintas, “ter Guerra Junqueiro como filho da terra é, por si só, motivo de orgulho. Perceber que existe uma ligação afetiva e efetiva ao património das letras e da cultura das palavras, torna esta missão cultural ainda mais desafiadora junto das nossas comunidades na Diáspora”.

O prémio literário Guerra Junqueiro tem sido atribuído desde 2017, no âmbito do FFIL. Em 2017, o prémio foi atribuído ao poeta Manuel Alegre, em 2018 ao poeta Nuno Júdice, em 2019 a José Jorge Letria e em 2020 a Ana Luísa Amaral.

Em 2020, nos restantes países da Lusofonia, o Prémio foi atribuído a Lopito Feijóo, Angola, Raul Calane da Silva, Moçambique, Sidney Rocha, Brasil, Olinda Beja, São Tomé e Príncipe, Jorge Carlos Fonseca, Cabo Verde e Tony Tcheka, Guiné-Bissau.

Em 2021, o Prémio reúne escritores dos nove países da união lusófona.

Hélia Correia, a escritora premiada

Vencedora do Prémio Camões, em 2015, Hélia Correia (1949) licenciou-se em Filologia Românica, foi professora de Português do Ensino Secundário, e destacou-se de imediato com as primeiras obras, a poesia de “O Separar das Águas” (1981), a que se seguiu “O Número dos Vivos” (1982) e a novela “Montedemo” (1984), que a companhia de teatro O Bando pôs em cena, com sucesso.

É de poesia o seu mais recente livro “Acidentes”, editado no final do ano passado, e foi com a poesia de “Terceira Miséria” que venceu o prémio Correntes d'Escritas/Casino da Póvoa, na Póvoa de Varzim, em 2013.

Entre outros prémios, Hélia Correia recebeu o PEN Club e o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco e o Grande Prémio de Romance e Novela, ambos da Associação Portuguesa de Escritores.

Apesar do seu gosto pela poesia, foi como ficcionista que Hélia Correia afirmou o seu percurso, constituindo uma das mais consistentes revelações da novelística portuguesa da geração de 1980. Os seus contos, novelas ou romances surgem sempre, porém, impregnados do discurso poético.



por Olímpia Mairos in Renascença | 5 de maio de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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