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"Orientalismo" de Edward W. Said

O mais indisputável dos clássicos do século XX, Orientalismo é muito mais do que a crítica das representações culturais do Ocidente sobre o Oriente.


Numa altura em que nos vemos inundados de imagens e estereótipos sobre o Islão, urge redescobrir a obra seminal de Edward Said, na qual o autor descreve a formação e desenvolvimento ao longo dos séculos das ideias preconcebidas sobre o «oriente», escudadas nas desequilibradas relações de poder entre as partes. O longo período de domínio europeu sobre o Médio e o Próximo Oriente forjou a conceção de «oriente» como o que é simplesmente «outro», diferente do «ocidente», constantemente representado como exógeno, exótico e estranho. Ao impedir que o Oriente se represente a si mesmo, o Ocidente fica refém da dicotomia «nós-eles», que impede a compreensão mútua entre as várias culturas. O «Oriente» é, pois, uma ideia ocidental sem qualquer correspondência com a realidade. Said mostra que a forma como representamos outra cultura depende mais da cultura que representa do que da que é representada e que as categorias sócio-económicas e histórico-políticas são mais preponderantes do que as diferenças culturais, religiosas ou raciais.

SOBRE O AUTOR

Edward W. Said (1935-2003) foi um dos intelectuais mais influentes da segunda metade do século XX. A sua obra principal, Orientalismo, fundou os estudos pós-coloniais. Nascido na Palestina, filho de pai norte-americano, exilou-se com a família nos EUA, na sequência da formação do Estado israelita. Formado em Princeton e em Harvard, foi professor de Literatura Comparada na Universidade de Columbia.

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