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"Antropologia e Vida Moderna"
O livro que revolucionou a antropologia há quase 100 anos (ao desmontar teorias como a da supremacia racial ou da eugenia) é mais atual do que nunca. Pela primeira vez publicado em Portugal.
Publicado originalmente em 1928, Antropologia e Vida Moderna é hoje tão atual como no dia em que saiu. A história parece repetir-se, e quase um século depois, o debate intelectual é dominado pelos mesmos fantasmas que Boas combateu no início do século passado. A pretensa supremacia de umas raças em detrimento das outras, o recrudescimento do nacionalismo, o papel da educação no desenvolvimento dos indivíduos, a eugenia, a propalada predisposição de certas raças para o crime, eis alguns dos temas tratados neste livro, considerado um dos mais influentes do século XX.
Ao introduzir o conceito de relativismo cultural, Boas prova que o comportamento humano não pode ser explicado pela biologia e que não existe um evolucionismo cultural, de que a raça ariana, por exemplo, fosse o apogeu. Na verdade, a esmagadora maioria dos nossos comportamentos e crenças são determinados por fatores culturais e socialmente adquiridos.
Revolucionando a metodologia da sua disciplina, Boas procedeu a medições metódicas do perímetro cefálico e da anatomia do maior número possível de indivíduos, para concluir que mesmo essas características eram influenciadas por fatores ambientais, tais como a saúde e a nutrição, o que contradiz a teoria de que as raças apresentam características estáveis.
Sobre o Autor
Franz Boas (1858-1942) foi um antropólogo norte-americano de origem alemã. Um dos pioneiros da antropologia moderna, ficou conhecido como o «pai da antropologia norte-americana», tendo sido o principal impulsionador de correntes como o particularismo histórico ou o relativismo cultural. Doutorou-se em Física e em 1883 integrou como uma expedição ao Ártico, tendo aproveitado para estudar a vida e a cultura dos esquimós. Já emigrante nos EUA, inaugurou o curso de antropologia na Universidade de Clark. Em 1985 começa a lecionar na Universidade de Columbia, onde permanecerá até à sua morte.
Edições 70