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Ruínas Romanas de Tróia reabertas a visitas (e a outros trabalhos)

Já se pode voltar a rumar a Grândola, ao encontro deste monumento a céu aberto, carregado de histórias e memórias alicerçadas no Império Romano.

Ruínas Romanas de Tróia_Nuno Oliveira Ruínas Romanas de Tróia_Nuno Oliveira Ruínas Romanas de Tróia_Nuno Oliveira Ruínas Romanas de Tróia_Nuno Oliveira Ruínas Romanas de Tróia_Nuno Oliveira


Sabia que nas Ruínas Romanas de Tróia funcionou, em tempos, o maior complexo de salgas de peixe? Que ali se produzia garum, um condimento para conservas de peixe, muito apreciado no Império Romano? Que já ali foram encontradas mais de 1500 ânforas? E que a própria rainha D. Maria I participou em escavações, quando ainda era princesa? Estas e outras curiosidades estão à espera de ser descobertas in loco.

Este monumento a céu aberto, enquadrado pela beleza natural da serra, pelo azul do Sado e por mais de dois mil anos de história, reabriu a visitas no início do mês, com convite estendido até ao final de outubro.

Aos tanques de salga juntam-se casas, fábricas, termas, mausoléu e necrópole como núcleo duro da área que se tornou conhecida como“a Pompeia de Setúbal” – palavra do autor dinamarquês Hans Christian Andersen.

Classificada como Monumento Nacional em 1910, está inserida na Rede Natura 2000 e integra a lista indicativa a património mundial da UNESCO. A estes carimbos acrescenta o selo Clean & Safe, essencial por estes dias.

Até ao final deste mês, pode ser palmilhada de segunda a sexta-feira, das 10h às 13h e das 14h30 às 18h (última entrada meia hora antes do fecho). Entre maio e outubro, as ruínas recebem visitantes também ao fim-de-semana, no mesmo horário. Isto em modo livre. Quem preferir a modalidade guiada, só tem de esperar pela aproximação do Verão e marcar presença ao sábado, às 15h (em junho, setembro e no primeiro sábado de outubro) ou às quartas e sextas, às 10h30 (em julho e agosto). A entrada simples custa 6€, subindo para 7,50€ na vertente guiada. Em ambos os casos, as crianças até 12 anos estão dispensadas de pagar bilhete e há descontos aplicáveis a seniores, estudantes, caminhantes, ciclistas e grupos.

Cerca de 90 mil pessoas passaram pelas Ruínas Romanas de Tróia desde 2011, “ano em que foi concluída a primeira fase da valorização do sítio arqueológico com a instalação de um percurso de visita com painéis interpretativos”, informa o comunicado emitido em nome do Tróia Resort, que gere o espaço.

A notícia da reabertura vem acompanhada de outra: abril é também o mês em que a equipa de arqueologia retoma os trabalhos que tem desenvolvido nos últimos 14 anos e dos quais resultou, por exemplo, a identificação de 29 oficinas de salga de peixe.

A nova empreitada incide “nas áreas de ocupação contemporânea do sítio”, esclarecem, e inclui “a escavação de parte do acesso pedonal à capela [de Nossa Senhora de Tróia], que assenta sobre um cemitério do século IV-V com sepulturas que imitam mesas, nas quais se efetuavam refeições em comunhão com os defuntos ou se depositavam oferendas”.




por Sílvia Pereira in Público | 21 de abril de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público

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