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"Chamada para o Morto" de John le Carré

A Dom Quixote anuncia a edição do primeiro livro de John le Carré, publicado em 1961.


Tem a particularidade de incluir uma nova introdução, escrita pelo próprio autor em 2020, poucos meses antes do seu desaparecimento, propositadamente para ser incluída na edição que assinala a passagem dos 60 anos desde livro.

Novamente traduzido por J. Teixeira de Aguilar, é através de Chamada para o Morto que John le Carré apresenta ao leitor o imortal George Smiley, sem dúvida alguma um dos personagens mais carismáticos da história da literatura inglesa e que viria, nos livros que se seguiram, a ser protagonista de outras famosas narrativas daquele que ficou conhecido com o mestre dos livros de espionagem.

Em Chamada para o Morto, após uma rotineira entrevista de segurança, Smiley concluiu que o afável funcionário público Samuel Fennan não tinha nada a esconder. Mas, pouco tempo depois, o homem do Ministério dos Negócios Estrangeiros aparece morto e todas as circunstâncias são coerentes com um suicídio. Quando Smiley percebe que Maston, o chefe do Circus, está a tentar culpabilizá-lo por esta morte, desencadeia uma investigação por sua conta. Enquanto expõe as suas descobertas a Maston, é afastado da investigação, mas nesse mesmo dia Smiley recebe uma carta urgente do falecido. Será que os alemães de Leste – e os seus agentes – sabem mais sobre a morte daquele homem do que o Circus imaginava?

Tal como acontece com boa parte da obra de John le Carré, também Chamada para o Morto foi adaptado ao cinema, com o título The Deadly Affair (1996), realizado por Sidney Lumet e com as interpretações de James Mason, Maximilian Schell, Simone Signoret e Harriet Andersson.

John le Carré nasceu em 1931. No decurso de seis décadas, escreveu romances que acabam por definir a nossa época. Filho de um vigarista, passou a infância entre um colégio interno e o submundo londrino. Aos dezasseis anos encontrou refúgio na Universidade de Berna e mais tarde em Oxford. Um breve período de docência em Eton levou-o a uma curta carreira no Serviço de Informações britânico (MI5 e MI6).

Publicou o seu primeiro livro em 1961 ainda como funcionário dos serviços secretos. O seu terceiro romance, O Espião Que Saiu do Frio, assegurou-lhe fama mundial, mais tarde consolidada pela boa aceitação obtida pela sua trilogia A Toupeira, O Ilustre Colegial e A Gente de Smiley.

No final da Guerra Fria, le Carré alargou o âmbito da sua temática explorando um panorama internacional que abrange o tráfico de armas  e a Guerra contra o Terrorismo.

As suas memórias, com o título O Túnel de Pombos, foram publicadas em 2016 e o último romance em que aparece George Smiley, Um Legado de Espiões, em 2017.

Morreu a 12 de dezembro de 2020.
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