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Auditório de Espinho desconfina com Mão Morta, Lena d'Água, jazz e clássica

Um filme-concerto por Mão Morta, um espetáculo por Lena d'Água e concertos por Mário Costa e Ricardo Toscano são algumas das propostas da programação do Auditório de Espinho até junho, revelou a direção dessa sala de espetáculos.

Lena d"Água, acompanhada pelo Projeto Benjamim, tem concertos marcados para 4 e 5 de junho. Foto: DR


Por esse equipamento cultural do distrito de Aveiro passará ainda a Orquestra de Jazz de Espinho e também a Orquestra de Jazz, que é uma das formações cuja apresentação tem agora nova data após um adiamento inicial devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.

É por isso que o programador do auditório gerido pela Academia e pela Escola Profissional de Espinho reconhece à Lusa que a reabertura da sala está a ser encarada com "um misto de ansiedade e esperança".

"O último concerto no Auditório foi já em novembro de 2020, algo realmente impensável. Não queremos sequer pensar na hipótese de uma quarta vaga, mas, se ela chegar, saberemos reagir. Entretanto, todas as recomendações da Direção-Geral da Saúde serão implementadas e reabriremos portas em maio com uma programação que reúne algumas novas propostas, mas, sobretudo, reagendamentos, alguns deles quase um ano após a sua primeira data", explicou o programador André Gomes.

O programador acrescenta que a participação do público tem agora um significado especial: "Ir a um espetáculo, neste momento, é absolutamente essencial para recuperarmos o sentimento de pertença ao mundo, o sentido de comunidade que tanto tem faltado aos nossos dias. O mundo anseia voltar ao normal e a cultura é um passo de gigante para conseguirmos isso mesmo".

No caso do concerto pela banda Mão Morta, a 21 de maio, vai envolver a exibição da comédia "A Casa na Praça Trubnaia", que, realizada em 1928 pelo cineasta russo Boris Barnet, constituiu "uma sátira à hipocrisia da pequena-burguesia, que, na sequência da Nova Política Económica de Lenine, sobrevivera à Revolução de 1917 e sorrateiramente continuava a explorar os necessitados, iludindo os sindicatos".

A acompanhar a projeção, estará em palco a versão "redux" dos Mão Morta: o trio composto por Adolfo Luxúria Canibal, Miguel Pedro e António Rafael, que interpretarão ao vivo a banda-sonora que conceberam especificamente para o que consideram uma obra-prima do cinema mudo soviético.

Lena d"Água, por sua vez, atuará com o Projeto Benjamim, que envolve cerca de 50 alunos da Escola Profissional de Música de Espinho. Em conjunto, artista e jovens músicos irão recriar a 4 e 5 de junho algumas das canções que marcaram o percurso da cantora a que André Gomes atribui a autoria de "uma das mais brilhantes páginas da música portuguesa".

Já o baterista e compositor Mário Costa, que em 2018 lançou aquele que a plataforma online Jazz.pt apontou como "o melhor disco de jazz nacional", levará a 6 de junho à sala de Espinho "um elenco internacional de luxo" para recriar o álbum "Oxy Patina" e revelar novas criações: o trompetista Cuong Vu, parceiro de David Bowie e Laurie Anderson; o contrabaixista Bruno Chevillon, membro de vários grupos de Louis Sclavis e Marc Ducret; e o pianista Benoît Delbecq, um dos "mais inconfundíveis da cena internacional".

Antes disso, a 15 de maio, o álbum "A love supreme", de John Coltrane, servirá de mote ao concerto homónimo do quarteto de Ricardo Toscano. "Não é por arrogância ou presunção que Ricardo Toscano, João Pedro Coelho, Romeu Tristão e João Lopes Pereira se atrevem a pegar em tamanha obra-prima, mas por devoção e em homenagem a um músico que jamais será esquecido", afirmou André Gomes.

Quanto à Orquestra Clássica de Espinho, tem dois espetáculos programados: um a 07 de maio dedicado à música do Romantismo, com obras de Gustav Mahler e Franz Schubert, e outro a 28 do mesmo mês, com jovens solistas da Escola Profissional de Música de Espinho.

Entre um e outro concerto, haverá ainda o da Orquestra de Jazz de Espinho, que a 14 de maio levará ao palco obras originais do compositor e pianista galego Abe Rábade, que, segundo André Gomes, se afirmou "ao longo das duas últimas décadas como uma das figuras de referência do Jazz Ibérico e um pedagogo de excelência".

A programação do Auditório de Espinho até junho integra ainda uma exposição de fotografia de Mario Calles, que, a propósito da aproximação do 15.º aniversário dessa sala de espetáculos, recupera registos dos seus primeiros meses de programação, apresentando retratos de artistas como Carlos do Carmo, Jay-Jay Johanson, Cristina Branco, Perry Blake, Mário Laginha e Stacey Kent.


por Lusa e Renascença | 12 de abril de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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