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Teatro Viriato reabre com música e aposta em parcerias
Ricardo Toscano, B Fachada e Gabriel Ferrandini, mas também Jérôme Bel, Marco Martins, Catarina Miranda e o Teatro do Cidade são alguns dos nomes que marcarão o segundo trimestre da sala de Viseu.
Parcerias com diferentes agentes culturais são a aposta da nova temporada do Teatro Viriato, em Viseu, que inicia o segundo trimestre com música e reabre as portas físicas ao público mantendo os seus “subpalcos” virtuais, anunciou esta quarta-feira a diretora, Patrícia Portela. “Agora, a programação ocupará a nossa sala de espetáculos, mas também os palcos digitais que, entretanto, se construíram como subpalcos no YouTube e a sala virtual na BOL. Vamos acumulando palcos até à estratosfera, de preferência, sem o público é que não ficamos”, assumiu.
Depois de, no primeiro trimestre, o Teatro Viriato ter podido dispor apenas dos palcos virtuais, devido ao confinamento imposto pelo Governo para combater a pandemia de covid-19, Patrícia Portela admitiu “alguns adiamentos”, mas sublinhou que “o importante é manter-se o diálogo” com o público e esse “existiu sempre” e “vai continuar nos vários palcos” ao longo deste trimestre. “Na nova temporada, apostamos em parcerias com diferentes agentes culturais da região, mas também a nível nacional”, anunciou.
O Conservatório Regional de Música de Viseu é o primeiro a subir ao palco virtual no Festival Internacional de Música da Primavera, que decorre durante o mês de abril. A Galeria Zé dos Bois, de Lisboa, irá programar o concerto de Ricardo Toscano com o Double Trio, marcado para 17 de abril. Será uma estreia mundial deste quarteto, feita especialmente a pedido do Teatro Viriato para o Festival da Primavera, explicou a directora na conferência de imprensa de apresentação da programação.
Ao abrigo desta parceria, continuou Patrícia Portela, a sala de espetáculos do Teatro Viriato receberá, a 8 de maio, um concerto de B Fachada e, a 12 de junho, “Gabriel Ferrandini, a lançar o seu novo álbum, Hair of the Dog, e que deve ser estrondoso”.
No campo das parcerias, desta vez com a Gira Sol Azul, e no âmbito do programa Que Jazz É Este?, haverá um concerto da Orquestra de Jazz de Espinho acompanhada pelo baterista Mário Costa.
Já no teatro, “destaque também para a nova relação com o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI)”, que vai levar a Viseu, entre outros espetáculos, Estado Vegetal, da chilena Manuela Infante. E a parceria com a Bolsa Amélia Rey Colaço levará ao Viriato o projeto vencedor da terceira edição desta iniciativa, Ainda Estou Aqui, de Tiago Lima, que “é simultaneamente um espetáculo e um concerto” e, segundo esta responsável, “é de partir o coração”.
Ainda em abril será relançada a rubrica Boca Livre, “um ciclo de conversas com artistas que ocupam e criam” através do Teatro Viriato. A primeira, a 10 de abril, será com a curadora e artista plástica Lilit Stepanyan, a investigadora Susanna Guylamiryan e o poeta e professor de literatura Fernando Pinto do Amaral. A conversa será moderada por Pedro Sousa Loureiro, que tem uma nova criação, Online Distortion e Border Line(s), agendada para se estrear em junho, e da qual o Teatro Viriato é o principal co-produtor.
Patrícia Portela anunciou ainda a apresentação no Teatro Viriato de Cabraqimera, a nova coreografia de Catarina Miranda, e a peça de teatro Cordyceps, de João Pedro Leal, Eduardo Molina e Marco Mendonça, a partir da qual haverá a oficina “o futuro imaginado”.
Perfil Perdido, de Marco Martins, com os contributos de Romeu Runa e Beatriz Batarda, é outra das propostas para o trimestre, assim como o exercício final do laboratório de criação teatral BB2021, de José Fraga. “Desde outubro de 2020, todas as quintas-feiras, José Fraga manteve conversas com 23 participantes, dos 18 aos 80 anos, sobre Brecht e o que é isto de tomar decisões. Estou muito curiosa de saber qual é o resultado deste laboratório”, destacou Patrícia Portela.
A companhia Teatro da Cidade levará finalmente a Viseu A Nossa Cidade, espetáculo que fora adiado por causa da pandemia, assim como a reposição de The Show Must Go On, de Jérôme Bel, “20 anos após a sua inesquecível estreia”, lembrou a diretora.
O palco do Viriato acolherá ainda as apresentações finais da Escola de Dança Lugar Presente e de dez alunos do terceiro ano do curso de interpretação da Escola Superior de Teatro e Cinema, que percorrerá as ruas da cidade de Viseu.
“Reforçamos ainda a relação que temos com a companhia residente, a Companhia Paulo Ribeiro, com mais uma edição do programa intensivo de formação em Dança Summer Lab com os bailarinos e coreógrafos Cyril Baldy, Barbara Griggi, Hugo Marmelada e Andrej Petrovic, e ainda o projeto Jovens Bailarinos, que tem como coreógrafa convidada, este ano, Tânia Carvalho”, acrescentou ainda Patrícia Portela.
O trimestre do Teatro Viriato contará ainda com as artes circenses e “o regresso do Novo Circo ao palco desta vez com Pour le meilleur et pour le pire, com Kati Pikkarainen e Victor Cathala a partirem da sua história pessoal para apresentar um espetáculo feito de poesia, “rock’n’roll” e humor”.
por Lusa in Público | 7 de abril de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público