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A expressão do lado obscuro e inquietante da mente

Coleção Clássicos Portugueses, da Livros do Brasil, expande o seu catálogo com a publicação de Os Canibais e Outros Contos, de Álvaro do Carvalhal.


Na ficção de Álvaro do Carvalhal encontramos «uma das experiências narrativas mais notáveis e estimulantes do Romantismo português», frisa Gianluca Miraglia na introdução de Os Canibais e Outros Contos. Nestas histórias, há uma riqueza e uma complexidade que não devem ser apreciadas exclusivamente como exemplos máximos do género fantástico, com o qual o autor sempre foi associado. Personagens insólitas e extraordinárias, bem como uma ironia e um humor negro desconcertantes, dominam estas páginas que, 150 anos volvidos desde a sua primeira edição e da morte do autor, não perderam magnetismo e, muito menos, singularidade.

Acometido por um aneurisma, Álvaro do Carvalhal esforçou-se até ao fim para terminar os seus Contos, seis histórias de humor negro onde o sobrenatural invade, sem concessões, o consciente do leitor. Nesta viagem, será impossível desviar o olhar dos fantasmas que se abeiram para dominar a noite, esquecer as trágicas vidas dos casais interrompidas pela vingança e pelo ciúme, ou o delírio de um jogador viciado. Em «Os Canibais», o conto de culto do género fantástico português que empresta o título a este livro, adaptado habilmente ao cinema por Manoel de Oliveira, seguimos o desespero de Margarida e do visconde de Aveleda, separados por um corpo monstruosamente mutilado… Embora excluído do cânone literário oitocentista por ser tido como escritor maldito, Álvaro do Carvalhal ensaia aqui uma das experiências mais notáveis do romantismo português, dada à estampa pela primeira vez em 1868.

Título: Os Canibais e Outros Contos
Autor: Álvaro do Carvalhal
Introdução e fixação de texto: Gianluca Miraglia
Páginas: 288
PVP: 9,90 €
Coleção: Clássicos Portugueses

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SOBRE O AUTOR

Álvaro do Carvalhal
Nasceu em Padrela, no concelho de Valpaços, a 3 de fevereiro de 1844. Iniciou a sua atividade literária com 17 anos, quando, ainda aluno do liceu, publica a peça O Castigo da Vingança. A escolha de temas profundamente inquietantes, onde se cruzam o fantástico, o exótico, a ironia e o medo, fazem dele um caso singular na literatura oitocentista portuguesa. Longo seria o caminho até que as letras portuguesas lhe abrissem o seu corredor, reconhecendo o valor inestimável das narrativas recolhidas em Contos, que tentou ao máximo preparar antes de ser vitimado por um aneurisma. Morreu a 14 de março de 1868, com apenas 24 anos, enquanto frequentava o 4.º ano de Direito na Universidade de Coimbra.
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