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"A Experiência Interior" de Georges Bataille

Fragmentário, e caleidoscópico, este é um texto de um filósofo de culto que considera a vida a partir de dentro, com a sua inextricável mistura de riso e tragédia.


Inclassificável e indomável, Georges Bataille é uma figura singular na filosofia e antropologia contemporâneas.

Paradoxalmente apelidada, pois que culmina numa fusão do interior e do exterior, do sujeito e do objeto, A Experiência Interior (1943, reescrita em 1954) foi a sua primeira obra de grande difusão. Por «experiência interior» deve entender-se aquilo a que habitualmente chamamos experiência mística (meditação, êxtase ou iluminação, isto é, uma consciência de si soberana), conquanto aquilo que o autor tinha em mente estivesse nos antípodas da ideia de transcendência no sentido tradicional do termo. Trata-se, pois, de uma «nova teologia mística», na qual Deus não tem lugar, nem a moral, nem a redenção, nem a autoridade, exceto aquela que ela própria funda e expia, contestando o conhecido e acolhendo o não-saber. Não é uma teologia da salvação, mas da perdição, que não exclui a angústia, mas que lhe faz frente, procurando metamorfoseá-la em deleite.

Georges Bataille (1897-1962) foi um escritor, filósofo, ensaísta e crítico francês. Entre os episódios mais marcantes da sua vida, encontra-se a mobilização para a Primeira Guerra Mundial,, a  adesão ao catolicismo e subsequente perda de fé, a experiência da psicanálise e o contacto com o movimento surrealista, de que posteriormente se veio a desvincular, o envolvimento com o círculo comunista democrático ou a luta contra o fascismo. A sua obra foi escrita sob o signo do excesso, do sagrado, da transgressão e do erotismo.

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