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O Mundo como Vontade e Representação

A obra fundamental do filósofo que inspirou Nietzsche na sua fase inicial. Um livro que é um sistema filosófico completo e cuja influência se estende muito para da filosofia.


O Mundo como Vontade e Representação é a obra fundamental de Schopenhauer. Admitindo a distinção kantiana entre fenómeno e númeno, o autor considera que o mundo é ao mesmo tempo vontade e representação. A vontade é a coisa em si, que se esconde por trás do fenómeno, que é a representação, ilusão, aparência; ela existe em todos os seres da natureza, desde os mais ínfimos até ao homem, no qual atinge o seu «mais alto grau de objetivação».


O conhecimento, em geral, é um meio de preservar o indivíduo e a espécie, e está, portanto, ao serviço da vontade. Mas pode ultrapassar essa sujeição e «existir para si mesmo como um claro espelho do mundo», como acontece na arte. A liberdade total, no entanto, só é conseguida quando a vontade se reconhece a si mesma como dor e se resigna. Assim, a vontade, que é «esforço constante, sem objetivo e sem descanso», é abolida, e, com ela, todo o mundo: é o nada - «Sem vontade não há representação nem mundo.»

(Adaptado da «Apresentação» de M. F. da Sá Correia)

Arthur Schopenhauer (1788-1860) foi um filósofo alemão do século XIX. A sua filosofia, inspirada em Platão e Kant, advoga que só o ascetismo e a renúncia podem paralisar a força insubmissa da vontade. A sua filosofia, profundamente pessimista, influenciou o pensamento de Nietzsche numa primeira fase, motivando-lhe em seguida uma violenta reação. Não tendo obtido reconhecimento em vida, a sua obra tornou-se incontornável depois da sua morte.

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