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Fotojornalista português nomeado para o World Press Photo

Imagem de Nuno André Ferreira foi captada em setembro de 2020 num incêndio que começou em Oliveira de Frades.

Foto: Nuno André Ferreira/Lusa


O fotojornalista Nuno André Ferreira, que trabalha na agência Lusa, está nomeado para o prémio internacional de fotografia World Press Photo, com um trabalho sobre incêndios em Oliveira de Frades.

A organização do World Press Photo anunciou os candidatos ao prémio internacional de fotografia e fotojornalismo, e entre os nomeados, na categoria "Spot News", está o fotojornalista Nuno André Ferreira.

A imagem de Nuno André Ferreira a concurso foi captada em setembro de 2020 e mostra, em dois planos, uma criança dentro de um carro, e ao longe o recorte das chamas num incêndio que começou em Oliveira de Frades (Viseu) e se estendeu pelos concelhos vizinhos.

Após saber da sua nomeação, Nuno André Ferreira considera que a nomeação para os prémios World Press Photo (WPP) é uma recompensa pela missão dos fotojornalistas em tentarem chegar aos leitores através das imagens.

"Escolhi aquela fotografia, porque há ali um contraste entre a ternura de uma criança e o incêndio, que é uma coisa tão má. E vemos ali uma criança dentro do carro, que parece que está imune àquilo tudo, porque também ela não percebe o que se passa à volta dela", explicou o fotojornalista, em declarações à Lusa.

A reportagem foi feita numa aldeia do concelho de Oliveira de Frades, num incêndio em que, durante a tarde, tinha morrido um bombeiro.

"Já tinha o meu serviço praticamente feito, mas decidi ficar, porque havia aldeias ameaçadas. E, estando em risco, a gente fica para ver até que ponto aquilo tem alguma gravidade ou não", recordou Nuno André Ferreira.

A nomeação para o prémio internacional de fotografia decorre depois de um ano atípico para o fotojornalismo, feito em contexto de pandemia: "É uma espécie de recompensa, porque a malta dedica-se".

"Nós também temos a nossa missão, que é esta: é mostrar, é andar na rua. É quase como ter uma guerra e não ter ninguém a cobri-la, porque ficámos em casa com medo. Podemos ter medo, devemos ter, porque o medo acaba por ser um aliado para nos podermos salvaguardar, mas a nossa missão é esta. É tentar chegar às pessoas que não estão lá, é tentar transmitir alguns sentimentos, é tentar levar as emoções, é mostrar no dia a seguir às pessoas aquilo que tu viste e presenciaste", resumiu.

Nuno André Ferreira, 41 anos, vive em Viseu, já colaborou com publicações como os jornais Correio da Manhã, Record e Jornal de Negócios, e trabalha com a agência Lusa desde 2009.

O trabalho dele tem sido premiado, nomeadamente em 2019 quando venceu por unanimidade o Prémio Rei de Espanha de Jornalismo, com a fotografia "O Nosso Presidente Marcelo", publicada pela agência Lusa em 19 de outubro de 2017. Também já venceu o prémio da Aliança das Agências de Notícias do Mediterrâneo em 2014 e nos prémios Estação Imagem em 2010.

Os vencedores das diferentes categorias do WPP - e do grande prémio - serão anunciados a 15 de abril.


por Lusa e Renascença | 10 de março de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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