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Art(e)facts incentiva cooperação entre artesanato e arte contemporânea
Residências artísticas, exposições ou conferências farão parte da 1ª bienal Art(e)facts, que decorrerá entre maio e setembro, nas cidades de Fundão, Guarda e Manteigas, na Beira Interior. Há uma open call a decorrer.
Chama-se Art(e)facts, e, como o nome indicia, incentiva colaborações entre artistas e artesãos. O objetivo é a constituição de um património contemporâneo de obras focadas na valorização do território e na reinterpretação dos saberes tradicionais. A bienal decorrerá até setembro, estando prevista a realização, em maio, de residências artísticas no Fundão, em Guarda e em Manteigas, uma exposição coletiva nessas cidades, entre julho e setembro, e uma conferência internacional a 9 e 10 de julho.
A bienal está inserida no programa de Arquitetura e Território da candidatura de Guarda a Região Europeia da Cultura 2027, na qual participam 17 municípios, numa lógica que pretende fomentar o desenvolvimento da Beira Interior a partir da cultura. Na direção executiva da candidatura está o arquiteto, curador e ex-diretor do MAAT, Pedro Gadanho. O lema da primeira edição da bienal, com curadoria da arquiteta Andreia Garcia, é Supernatural Togetherness, estando aberta até 19 de março a convocatória internacional para artistas, arquitetos ou designers, que vai premiar dois projetos com bolsas até seis mil euros. Projetos inéditos, ou em fase de investigação, que valorizem o artesanato, a aprendizagem com artesãos, a intersecção artista-artesão e técnicas como a tecelagem de burel ou de linho, a cestaria de vime, a olaria ou a cestaria de castanho serão privilegiadas.
Os dois projetos selecionados serão anunciados na primeira semana de Abril e desenvolvidos durante o mês de maio, em residências artísticas a realizar em oficinas de artesãos locais, envolvendo a produção de mais quatro projetos da autoria de criadores convidados pela organização e culminando com a exposição coletiva a inaugurar em Julho. Segundo Andreia Garcia, “o programa Art(e)facts pretende contribuir para preservar o legado da região e renovar o seu futuro como património para as novas gerações, ao mesmo tempo que tenta construir cenários intergeracionais que garantam a sobrevivência, quer do meio rural, quer do próprio planeta, com a intenção de melhorar as relações de cooperação e de interdependência entre os seres e os agentes que vivem na Beira Interior”.
A palavra “cooperação” é vital no projeto, sublinha Andreia Garcia. “Sabemos que a vida não conquistou o planeta através da luta, mas da cooperação; nesse sentido, a edição Supernatural Togertherness, propõe-se resgatar os laços entre seres vivos. Preservar séculos de esforço para construir uma vida sociopolítica que deve ser estendida a todos os agentes que concebem o mundo; imaginando ousadamente um novo mundo a partir dos imaginários locais e artesanais.”
in Público | 26 de fevereiro de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público